Entre os conteúdos cobrados de Geografia no Enem, alguns se destacam por aparecerem com mais frequência ao longo dos anos. Com base em uma análise de 486 questões da prova entre 2009 e 2024, cinco tópicos lideram as estatísticas e se tornaram indispensáveis na preparação dos estudantes.
Esses temas dialogam com diversas áreas do conhecimento e refletem aspectos sociais, econômicos, ambientais e políticos do Brasil e do mundo. Isso reforça a interdisciplinaridade exigida pela prova, particularmente no caderno de Ciências Humanas.
O que você vai ler neste artigo:
Urbanização
Liderando entre os temas mais recorrentes de Geografia no Enem, a urbanização aparece em cerca de 6,79% das questões analisadas. Esse tópico vai além do crescimento físico das cidades e engloba impactos sociais, ambientais e infraestruturais.
As questões fornecem imagens de paisagens urbanas, mapas urbanos e dados demográficos. Os estudantes geralmente são convidados a refletir sobre:
- Crescimento acelerado das grandes cidades;
- Formação de regiões metropolitanas;
- Dificuldades de mobilidade urbana;
- Expansão desordenada e favelização;
- Degradação ambiental urbana;
- Desigualdade no acesso a saneamento e habitação.
O Enem costuma utilizar situações verídicas do cotidiano urbano brasileiro, muitas vezes baseadas em matérias jornalísticas ou dados do IBGE, como forma de conectar teoria e realidade vivida pelos candidatos.
Agropecuária
Presente em 6,58% das questões analisadas, o tema da agropecuária exige conhecimento sobre o setor primário da economia, além da relação entre campo e cidade. A prova trabalha a agropecuária de forma ampla, tanto pela ótica tradicional e de subsistência quanto pelo viés tecnológico e industrial do agronegócio.
Entre os enfoques mais comuns, destacam-se:
- Diferença entre agricultura familiar e agronegócio;
- Papel das commodities no comércio exterior;
- Impactos ambientais ligados à monocultura, ao uso de agrotóxicos e ao desmatamento;
- Mecanização e modernização agrícola;
- Concentração fundiária e conflitos por terra.
Também é recorrente a análise de gráficos relativos à produção agrícola e às exportações de bens primários como soja, milho e carne, relacionando-os ao consumo global e às exigências ambientais.
Desenvolvimento econômico
Com 4,94% de incidência, esse tema exige do candidato a leitura crítica de dados econômicos que refletem o desenvolvimento regional ou nacional. Indicadores como PIB, IDH e Gini são frequentes nos enunciados, e o conhecimento desses conceitos permite compreender desigualdades e níveis de desenvolvimento.
As provas exploram:
- Comparações entre regiões do Brasil ou entre países desenvolvidos e em desenvolvimento;
- Desigualdade na distribuição de renda e infraestrutura;
- Relação entre crescimento econômico e degradação ambiental;
- Impactos sociais de indicadores econômicos;
- Intervenção de políticas públicas, como PAC ou Bolsa Família.
Normalmente, as questões apresentam gráficos e tabelas e exigem habilidades de interpretação numérica, além de contextualização histórica e social.
Ruralidade
Embora mais sutil que os tópicos anteriores, o aspecto rural está presente em 4,73% das questões de Geografia no Enem. Nessas perguntas, o campo é retratado de forma complexa, indo além da simples produção agrícola, abrangendo aspectos socioculturais e políticos.
Entre os principais pontos trabalhados estão:
- Êxodo rural e suas causas;
- Permanência e resistência de culturas tradicionais;
- Políticas de reforma agrária e o papel de movimentos sociais;
- Dificuldades de infraestrutura e acesso a serviços básicos no campo;
- Evolução das formas de ocupação do espaço rural.
A prova busca evidenciar que os espaços rurais são diversos e sujeitos a processos de transformação determinados por fatores econômicos e históricos.
Geopolítica e relações internacionais
Com 4,12% das questões, esse tema ganha força pela sua interface com atualidades. A prova utiliza trechos de reportagens, mapas políticos e dados internacionais para abordar desde conflitos até blocos econômicos e políticas ambientais globais.
Entre os tópicos mais recorrentes estão:
- Formação de blocos regionais como Mercosul, Nafta e União Europeia;
- Disputas territoriais e conflitos armados (como Ucrânia e Palestina);
- Acordos multilaterais, como os tratados do clima;
- Papel do Brasil em organizações internacionais e sua política externa;
- Cooperação Sul-Sul e globalização econômica.
As questões exigem compreensão da dinâmica política mundial e sua influência no posicionamento brasileiro, tendo como base fatos reais e acontecimentos noticiados nos últimos anos.
Frequência dos temas na prova (2009–2024)
Tema | Questões | Porcentagem (%) |
Urbanização | 33 | 6,79% |
Agropecuária | 32 | 6,58% |
Desenvolvimento econômico | 24 | 4,94% |
Ruralidade | 23 | 4,73% |
Geopolítica e relações internacionais | 20 | 4,12% |
Esses dados revelam a importância de priorizar esses conteúdos no planejamento dos estudos. Embora o Enem tenha natureza imprevisível em certos aspectos, compreender os temas mais frequentes oferece uma base sólida de preparação.
Além disso, o estilo interdisciplinar da prova requer que o candidato saiba correlacionar Geografia com Biologia, História, Sociologia e até mesmo Química, especialmente em temas como meio ambiente, industrialização e urbanização.
Por fim, entender como cada um desses temas é cobrado na prática facilita a identificação de padrões, ajudando o estudante a desenvolver estratégias eficazes para enfrentar a prova com confiança e conhecimento.
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