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Livros que marcaram presença no Enem

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Alguns livros contemporâneos têm aparecido com frequência nas questões do Enem — às vezes até surpreendendo os candidatos mais atentos. Essas obras fogem do cânone tradicional, mas se conectam diretamente com os temas sociais, culturais e humanos cobrados na prova.

Mesmo que não sejam exigência obrigatória, conhecer essas leituras pode ser um diferencial tanto nas questões objetivas quanto na redação. Veja a seguir quatro títulos que já marcaram presença nas provas do exame e por quê.

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Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus

Escrito a partir do caderno pessoal de uma catadora de papel, o livro foi publicado em 1960 e logo se tornou um dos principais relatos do cotidiano nas periferias urbanas brasileiras. A obra apresenta, com uma linguagem direta e comovente, a rotina de uma mulher negra pobre vivendo na favela do Canindé, em São Paulo.

O Enem utilizou trechos de Quarto de despejo para abordar temas como:

  • A desigualdade social e a fome;
  • Invisibilidade das mulheres negras;
  • A construção de um Brasil marginalizado dentro das grandes cidades.

Carolina Maria de Jesus tornou-se símbolo da literatura marginal e sua obra continua ecoando por sua força política. O Enem, ao incluí-la, reforça o compromisso com uma leitura crítica e cidadã. Em 2021, por exemplo, uma candidata usou sua obra como referência na redação — e tirou nota mil.

Torto arado, de Itamar Vieira Junior

Fenômeno recente da literatura brasileira, publicado em 2019, Torto arado já caiu no Enem e em diversos vestibulares. A história se passa no sertão da Bahia e acompanha duas irmãs profundamente ligadas à terra e às tradições de sua comunidade quilombola. A trama toca em temas como ancestralidade, religiosidade e a resistência diante da opressão.

Destacam-se na obra:

  • A denúncia do racismo estrutural;
  • O retrato das lutas agrárias no Brasil;
  • A mistura de realismo com elementos mágicos da cultura afro-brasileira.

O Enem usou trechos do livro para tratar da relação entre o homem e o meio ambiente, bem como a memória histórica das populações negras no Brasil. É uma leitura reflexiva e de imenso valor simbólico.

Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo

O romance acompanha a protagonista Ponciá, uma jovem negra que se muda para a cidade na tentativa de escapar da pobreza do campo, mas encontra novas formas de exclusão e dor. A autora trabalha com a “escrevivência”, uma escrita pautada na experiência real de mulheres negras brasileiras, utilizando a ficção como forma de denunciar apagamentos sociais.

O livro trata de temas recorrentes no Enem, como:

  • Migração interna no Brasil;
  • Racismo e exclusão urbana;
  • Memória, identidade e ancestralidade.

Ponciá Vicêncio já apareceu em questões discursivas que cobravam interpretação de texto e elementos da narrativa como tempo, espaço e trajetória da personagem. Também serve como excelente citação para redação sobre questões raciais e desigualdade social.

A culpa é das estrelas, de John Green

Embora seja um romance juvenil norte-americano, o livro apareceu em uma prova de inglês do Enem, surpreendendo muitos candidatos. A história de Hazel e Augustus, dois adolescentes com câncer que se apaixonam, despertou temas profundos sobre vida, morte e amor em meio a contextos difíceis.

Essa obra é exemplo de como o Enem também observa:

  • Fenômenos culturais contemporâneos;
  • Literatura de massa como fonte de leitura significativa;
  • O caráter transdisciplinar da prova, ao relacionar língua estrangeira com emoções humanas.

A presença de A culpa é das estrelas mostra que o Enem está atento ao mundo em que os estudantes vivem — e que conteúdos popularmente lidos também têm espaço na prova, especialmente para explorar a compreensão de texto e temas universais.

Essas quatro obras comprovam que o Enem vai além dos clássicos da literatura. Ao abordar realidades diversas e temas sociais atuais, essas leituras podem ser fortes aliadas na preparação para a prova e até ajudar a estruturar argumentos sólidos na redação. Conhecê-las amplia não só o repertório cultural — mas também a sensibilidade para temas urgentes do país e do mundo.

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