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Anexo ou anexa? Guia de concordância nominal com alerta, incluso e outros casos

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Dominar a concordância nominal é um pilar essencial para a clareza e correção na comunicação escrita e falada em português. A dúvida sobre usar “anexo” ou “anexa” é uma das mais frequentes, revelando a complexidade e a riqueza da nossa gramática. Este guia explora essa questão, bem como o uso de “incluso” e outros termos que exigem atenção.

Aprender a aplicar corretamente a concordância nominal não apenas evita erros comuns, mas também eleva a qualidade do texto. Compreender as regras que regem a relação entre substantivos e seus modificadores é crucial para qualquer pessoa que busca expressar-se com precisão e confiança no dia a dia.

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A essência da concordância nominal

A concordância nominal é o mecanismo gramatical que assegura a harmonia entre o substantivo (ou pronome substantivo) e os termos que o modificam, como artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais e particípios com valor de adjetivo. Essa concordância implica ajustar o gênero (masculino ou feminino) e o número (singular ou plural) desses modificadores ao substantivo a que se referem. Desconsiderar essa regra fundamental pode levar a frases ambíguas ou incorretas.

Em termos práticos, significa que se o substantivo é feminino e plural, todos os seus adjuntos adnominais devem seguir essa mesma forma. Por exemplo, em “as grandes decisões tomadas”, o artigo “as”, o adjetivo “grandes” e o particípio “tomadas” concordam com o substantivo “decisões” em gênero feminino e número plural. Este princípio basilar é o cerne para entender casos mais específicos.

A correta aplicação da concordância nominal não é meramente uma questão de formalidade; ela impacta diretamente a inteligibilidade da mensagem. Um erro nessa área pode alterar o sentido de uma frase ou torná-la confusa para o leitor. Portanto, a prática constante e o estudo das regras são indispensáveis, especialmente para quem se prepara para questões de língua portuguesa no Enem.

Diversos elementos da oração estão sujeitos à concordância nominal, desde os mais evidentes, como adjetivos, até os menos óbvios, como alguns advérbios que, em certos contextos, assumem função adjetiva. A atenção a cada detalhe é o que garante a precisão gramatical e a elegância textual.

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Desvendando “anexo” e “anexa”: a regra fundamental

A palavra “anexo” funciona como um adjetivo e, como tal, deve obrigatoriamente concordar em gênero e número com o substantivo ao qual se refere. Esta é a regra mais importante para o uso correto de “anexo” ou “anexa”. Se o termo que está sendo anexado é feminino e singular, a forma correta é “anexa”. Se for masculino e plural, usa-se “anexos”, e assim por diante. Essa regra do anexo é clara e fundamental na concordância nominal.

Por exemplo, ao referir-se a documentos, diríamos “Os documentos anexos estão em ordem”, pois “documentos” é masculino plural. Se o objeto fosse uma fotografia, a frase seria “A fotografia anexa detalha o ocorrido”, pois “fotografia” é feminino singular. Essa adaptação é vital para a correção gramatical e faz parte do escopo da concordância nominal.

Uma dúvida comum reside na expressão “em anexo ou anexo“. A forma “em anexo” é geralmente considerada uma locução adverbial invariável, significando “junto, em seguida”. No entanto, a gramática normativa prefere o uso da forma adjetiva, que concorda com o substantivo. Assim, em vez de “Seguem os documentos em anexo”, a recomendação é “Seguem os documentos anexos“. O uso do adjetivo “anexo” ou “anexa” é mais formal e preciso.

Portanto, para garantir a correta concordância nominal, é sempre mais seguro tratar “anexo” como um adjetivo e fazê-lo concordar com o nome. Essa prática não só se alinha às normas cultas da gramática portuguesa, como também contribui para uma comunicação mais clara e eficaz, evitando ambiguidades.

Exemplos práticos da regra do anexo:

  • O relatório anexo foi aprovado. (Relatório: masculino, singular)
  • A certidão anexa é original. (Certidão: feminino, singular)
  • Os arquivos anexos foram enviados. (Arquivos: masculino, plural)
  • As cópias anexas estavam incompletas. (Cópias: feminino, plural)

O uso de “incluso”, “inclusa” e similares

Assim como “anexo”, a palavra “incluso” também atua como um adjetivo, e sua concordância nominal segue exatamente as mesmas diretrizes. Isso significa que “incluso” (ou suas variações “inclusa”, “inclusos”, “inclusas”) deve concordar em gênero e número com o substantivo ao qual se refere. Essa regra é crucial para o uso de incluso de forma correta, evitando deslizes gramaticais.

Por exemplo, se um valor está incluído em uma conta, dizemos: “O serviço incluso na mensalidade foi aprovado”. Se a referência for a uma taxa, emprega-se: “A taxa inclusa já cobre os impostos”. Para múltiplos itens, as formas plurais são indispensáveis: “Os gastos inclusos são detalhados na fatura” ou “As despesas inclusas estão discriminadas abaixo”. Esta aplicação reflete a essência da concordância nominal.

Além de “incluso”, diversas outras palavras funcionam como adjetivos e demandam a mesma atenção na concordância nominal. Termos como “quite“, “obrigado“, “mesmo“, “próprio“, “leso“, “claro“, “meio” (quando adjetivo) e “bastante” (quando adjetivo) devem concordar com o substantivo. Essa variedade de palavras sublinha a importância de identificar a função gramatical de cada termo na frase.

Um exemplo clássico é o uso de “obrigado”. Um homem diz “muito obrigado“, e uma mulher diz “muito obrigada“, concordando com o gênero de quem fala. Da mesma forma, em “Eles mesmos resolveram o problema”, “mesmos” concorda com “eles”. O domínio desses casos é um avanço significativo na compreensão da gramática portuguesa e da concordância nominal. Para aprofundar esses conhecimentos, é recomendado estudar as classes gramaticais e suas funções específicas.

Casos específicos e exemplos:

  • Quite: “Os alunos estão quites com a mensalidade.” (plural, concordando com “alunos”)
  • Obrigado/Obrigada: “Disse a ela: Muito obrigada pela ajuda.” (feminino, singular, concordando com quem agradece)
  • Mesmo/Mesma: “A própria autora fez a revisão, e não a mesma.” (feminino, singular, concordando com “autora”)
  • Próprio/Própria: “As próprias crianças organizaram o evento.” (feminino, plural, concordando com “crianças”)
  • Meio: “Ela estava meio preocupada.” (Adjetivo, concordando com “preocupada”) – Cuidado aqui, pois como advérbio é invariável: “Meio-dia e meia.” (Meia hora).

Outros casos relevantes na concordância nominal

Além de “anexo” e “incluso”, a concordância nominal abrange uma gama de outros termos que frequentemente causam dúvidas. É fundamental discernir a função gramatical de cada palavra para aplicar a regra corretamente. Palavras como “alerta”, “menos”, “bastante” e “meio” podem variar sua forma dependendo se agem como adjetivo (variável) ou advérbio (invariável). Essa distinção é vital para a gramática portuguesa.

A palavra “alerta” é um exemplo notável. Quando funciona como substantivo, é invariável no plural na expressão “ficar alerta” (Ele está alerta / Eles estão alerta). No entanto, se o contexto permitir que funcione como adjetivo, como em “soldados alertas”, ela deverá concordar. A forma mais comum e segura é tratá-la como substantivo em locuções adverbiais, mantendo-a invariável.

Outros casos de concordância nominal exigem atenção similar. “Menos” é invariavelmente um advérbio ou preposição, não existindo a forma “menas”. Por exemplo, “Havia menos pessoas na reunião do que o esperado”. Já “bastante” pode ser advérbio (invariável) ou adjetivo (variável). Se significar “muito”, é advérbio: “Eles estudaram bastante“. Se equivaler a “suficiente”, é adjetivo e concorda: “Havia bastantes motivos para a decisão”.

A palavra “meio” também apresenta essa dualidade. Quando significa “metade” ou “intermediário”, é adjetivo e, portanto, variável: “Ela tomou meia xícara de café”. No entanto, quando significa “um pouco”, é advérbio e, assim, invariável: “Ela estava meio cansada”. A identificação precisa da classe gramatical é a chave para a correta aplicação da concordância nominal em todos esses contextos.

Dominar as nuances da concordância nominal é um processo contínuo de aprendizado e prática, mas os resultados se traduzem em uma comunicação clara e respeitosa das normas da gramática portuguesa. Para aqueles que se preparam para vestibulares, é essencial conhecer figuras de linguagem e outros aspectos fundamentais da língua portuguesa. Prestar atenção a esses detalhes enriquece a capacidade de expressão.

A concordância nominal é um aspecto fundamental da gramática portuguesa que exige atenção e prática. A correta utilização de termos como “anexo”, “incluso”, “alerta” e “meio” depende crucialmente da identificação de sua função gramatical na frase. Ao compreender que esses termos podem atuar como adjetivos (e, portanto, variáveis) ou como advérbios (e, portanto, invariáveis), evitam-se os erros mais comuns. A prática constante e o cuidado com a concordância nominal não só garantem a correção, mas também elevam a clareza e a qualidade da comunicação.

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