Na hora de preparar a redação do Enem, é comum ouvir que dominar a gramática é essencial. Mas isso vai além de evitar erros ortográficos ou acentuação. A banca quer ver o domínio da norma culta da Língua Portuguesa.A chamada gramática normativa define o conjunto de regras que regulamentam o uso formal do idioma — diferente da linguagem que se usa nas redes sociais ou em uma conversa do dia a dia.
O que você vai ler neste artigo:
O que é gramática normativa
A gramática normativa é um sistema de regras que orienta o uso correto e formal da língua, conforme registrado em dicionários e manuais de gramática. Ela se baseia no português padrão — aquele ensinado nas escolas e adotado pelos meios de comunicação e instituições públicas e acadêmicas.Essa versão formal do idioma visa manter a clareza, uniformidade e compreensão entre os falantes. Embora todos falem português, há variações regionais e sociais. O papel da norma culta é padronizar para fins de comunicação oficial, como documentos, artigos acadêmicos e provas como o Enem.Na prova de redação, ela é um dos critérios centrais de avaliação. A chamada Competência 1 analisa se o candidato é capaz de aplicar as estruturas da norma padrão com correção.
Por que o Enem exige isso
A redação do Enem precisa atender às exigências de uma situação de comunicação formal. O vestibular simula a produção de um texto dissertativo-argumentativo, em que se espera o uso de vocabulário técnico, linguagem impessoal e precisão linguística.Essa exigência se apoia na ideia de que o uso correto da norma culta demonstra domínio da língua, o que é importante para o bom desempenho acadêmico e para a inserção do estudante no contexto universitário e profissional.Ou seja, erros como:
- “Houveram vários casos” (em vez de “houve vários casos”);
- “Fazem anos” (no lugar de “faz anos”);
- “Entre eu e você” (quando o correto é “entre mim e você”)
podem tirar pontos valiosos na avaliação.
Exemplos de erros comuns
Conhecer os principais desvios da norma culta pode ajudar o estudante a evitá-los durante a prova. Veja os mais frequentes:
- ❌ “Houveram problemas”
✅ Correto: “houve problemas”
✔ O verbo “haver”, no sentido de “existir”, é impessoal. Sempre no singular. - ❌ “Fazem dois anos que estudo”
✅ Correto: “faz dois anos que estudo”
✔ O verbo “fazer”, ao indicar tempo, também é impessoal. - ❌ “Entre eu e você”
✅ Correto: “entre mim e você”
✔ Pronomes depois de preposição ficam na forma oblíqua (mim, ti, etc.). - ❌ “A nível de Brasil”
✅ Correto: “no Brasil” ou “em âmbito nacional”
✔ “A nível de” é considerado um vício de linguagem. - ❌ “Menas pessoas estavam lá”
✅ Correto: “menos pessoas estavam lá”
✔ “Menos” é invariável, não existe “menas”. - ❌ “Assistir o filme”
✅ Correto: “assistir ao filme”
✔ O verbo “assistir”, no sentido de ver, exige a preposição “a”.
Como se preparar para evitar erros
Dominar a norma culta não exige memorização exaustiva de regras. Algumas estratégias práticas facilitam o aprendizado e a aplicação correta da gramática normativa:
- 📚 Ler bons textos formais (artigos, ensaios, editoriais);
- 📝 Praticar a escrita de redações e revisá-las;
- 👂 Prestar atenção às correções de professores ou simulados;
- 📖 Consultar gramáticas, como as obras de Evanildo Bechara ou Celso Cunha;
- 📌 Utilizar dicionários confiáveis como o Houaiss ou Aurélio.
Com o tempo, esse esforço se transforma em hábito, tornando o uso da norma culta algo natural no seu repertório linguístico.
Importância da gramática normativa além do Enem
O domínio da gramática normativa não é necessário apenas para o Enem. Ele é uma ferramenta essencial para a vida acadêmica e profissional. Em contextos formais, como entrevistas de emprego, apresentações, documentos, e-mails profissionais ou concursos públicos, o uso da norma culta é um diferencial.Além disso, uma boa estrutura gramatical torna a argumentação mais clara, direta e eficiente — especialmente em textos nos quais a clareza é um critério de avaliação.O respeito à gramática normativa mostra não apenas que você conhece o idioma, mas que domina seu uso como instrumento de comunicação formal e estratégica. Portanto, mais do que uma exigência do Enem, trata-se de um diferencial de expressão no mundo real.
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