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Fuvest 2026: possíveis temas de redação e preparação

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A Fuvest 2026 trará mudanças importantes na redação, oferecendo duas opções de proposta a partir de uma única coletânea. Os candidatos poderão escolher entre um texto dissertativo-argumentativo ou um narrativo.Diante disso, entender os possíveis temas que podem surgir torna-se essencial para se preparar com mais estratégia e profundidade. A seguir, confira 5 apostas relevantes e reflexões sobre como abordá-las.

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A desconexão na hiperconectividade

A primeira possível proposta gira em torno da dicotomia entre os altos níveis de conexão digital e os sentimentos crescentes de isolamento social. Ao mesmo tempo em que estamos constantemente conectados por redes sociais e dispositivos, observa-se o esvaziamento do contato humano presencial, criando lacunas nas relações interpessoais.Para explorar esse tema, o ideal é refletir sobre os efeitos da hiperconectividade no desenvolvimento emocional e na saúde mental. O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, por exemplo, aponta para o declínio do olhar do outro na era digital, onde laços são mais consumidos do que construídos. Na narrativa, pode-se construir um personagem imerso em redes sociais, que ignora as relações reais, até perceber o vazio resultante dessa escolha.

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Infodemia

Associado principalmente à pandemia de COVID-19, o termo “infodemia” refere-se à superabundância informacional, muitas vezes contraditória, que dificulta a identificação de fontes confiáveis. Esse caos comunicacional contribui para a desinformação e gera ansiedade social.Durante o contexto pandêmico, dados alarmantes circularam paralelamente a teorias da conspiração, tornando o discernimento uma habilidade fundamental. Para a Fuvest, essa proposta permitiria tanto uma análise crítica do fenômeno quanto a exploração de um enredo ficcional com personagens afetados pelo bombardeio diário de notícias. É válido abordar categorias como fake news, bolhas de informação e manipulação por algoritmos em redes.

A imaginação distópica

A produção cultural atual parece obcecada com futuros apocalípticos. Filmes, séries, jogos e livros frequentemente pintam cenários em que a destruição, a repressão tecnológica ou o colapso ambiental dominam o mundo. Essa preferência por distopias evidencia um descompasso entre expectativa social e realidade.Analisar filosoficamente esse avanço pode remeter à ideia de que distopias são advertências simbólicas — projetam os medos coletivos e sinalizam a necessidade de mudança. Autores como George Orwell e Margaret Atwood mostraram isso em suas obras. Uma proposta narrativa nesse eixo poderia envolver um jovem tentando escapar de uma sociedade opressiva inspirada em padrões atuais. No campo dissertativo, seria importante discutir o que essa visão apocalíptica revela sobre as formas contemporâneas de construir o futuro.

Segurança versus vigilância

Inspirado pelas reflexões de Michel Foucault em “Vigiar e Punir”, o tema é antigo, mas permanece atual com a popularização da vigilância digital. A população, em busca de mais segurança, tem aceitado cada vez mais mecanismos de controle, desde monitoramento por câmeras até o rastreamento de dados pessoais por grandes empresas.A tensão entre liberdade e segurança pode ser examinada sob um viés ético e político. Em nome da proteção, muitos cedem à vigilância enquanto ignoram os riscos disso para a democracia e a autonomia. Essa dualidade aparece de forma clara em séries como “Black Mirror” e pode ser explorada na redação a partir de um personagem que, por temer a violência, acabe refém de uma sociedade hipervigiada.

O tempo na era digital

Com a digitalização acelerada das interações e da informação, a percepção do tempo tem sido profundamente alterada. As redes sociais operam sob a lógica da atualização constante, apagando o passado e impedindo a construção de experiências significativas de presente. Como consequência, perde-se memória e horizonte de futuro.Essa proposta permitiria desenvolver um texto dissertativo sobre como a cronologia acelerada do mundo conectado impacta a saúde psíquica, a identidade e o aprendizado. Autores como Zygmunt Bauman e Byung-Chul Han articulam bem essa crítica. Para o gênero narrativo, uma trama sobre alguém isolado em uma linha temporal cíclica, que vive repetindo ações sem desenvolver novos sentidos, seria coerente e instigante.

Como se preparar para os novos formatos da redação da Fuvest

Com a introdução da escolha entre dissertativo-argumentativo e narrativo, o preparo do candidato deve incluir:

  • Leitura crítica de coletâneas e análise das múltiplas abordagens possíveis;
  • Prática tanto em dissertações quanto em narrativas com começo, meio e fim estruturados;
  • Apropriação de autores e correntes filosóficas para embasar argumentos;
  • Reflexões sobre temas contemporâneos, seus desdobramentos e implicações sociais.

Além disso, é importante entender como adaptar o conteúdo ao novo formato da prova: uma coletânea única com duas propostas exige não apenas leitura atenta, mas também capacidade de selecionar o enfoque mais adequado às suas habilidades de escrita.Com uma banca exigente e sofisticada como a da Fuvest, o domínio dos gêneros textuais, aliado a repertório sociocultural consistente, fará toda a diferença no desempenho do candidato.

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