A preparação para o Enem exige não apenas dedicação, mas também uma compreensão profunda dos temas históricos que frequentemente aparecem na prova, como é o caso do período denominado República Velha. Este intervalo de tempo, que se estendeu de 1889 a 1930, foi marcado por uma série de transições políticas, sociais e econômicas que moldaram o Brasil contemporâneo. Como consequência, temas associados a esse período aparecem recorrentemente nas questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias, tornando-se essenciais para quem almeja um desempenho excepcional no exame.
O que você vai ler neste artigo:
Entendendo a Proclamação da república
O tema inicial da República Velha é, sem dúvida, a Proclamação da república, ocorrida em 15 de novembro de 1889. Esse evento marca a transição do Brasil de uma monarquia para uma república, liderada por um golpe militar que destituiu o imperador Dom Pedro II. O contexto brasileiro é bastante distinto de outros países da América Latina, onde a independência e a formação de repúblicas geralmente foram obtidas através de processos coloniais sangrentos e, muitas vezes, com rupturas mais radicais.
No Brasil, entretanto, a monarquia continuou após a independência, e a transição para a República se deu de maneira relativamente pacífica, sem uma revolução popular ou conflitos armados intensos. A comparação entre esse processo e a formação de outras repúblicas latino-americanas pode surgir em questões do Enem, exigindo dos candidatos uma análise crítica e comparativa dos diferentes contextos históricos da região.
Os primeiros governos autoritários
Assim que o Brasil se tornou uma república, os dois primeiros presidentes, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, demonstraram um claro caráter autoritário, cada um em seu próprio modo. Deodoro, escolhido como o primeiro presidente da nova república, enfrentou muitos desafios para estabilizar o novo regime. Sua presidência foi marcada por tensões, como a dissolução do Congresso Nacional e a tentativa de centralizar o poder, culminando em sua renúncia.
Floriano Peixoto, seu sucessor, assumiu em um clima ainda mais conturbado. Conhecido como o “Marechal de Ferro”, sua administração foi caracterizada pela repressão violenta às revoltas civis e militares, consolidando o caráter autoritário que dominou os primeiros anos da República. A importância desses eventos para o desenvolvimento do Estado republicano brasileiro é inegável, e essas questões frequentemente aparecem no Enem para explorar o desenvolvimento inicial e as dificuldades de implantação do sistema republicano no Brasil.
Constituição de 1891, Oligarquias e Política do Café com Leite
A Constituição de 1891, a primeira republicana, representou outro marco na consolidação da República. Ela estabeleceu a federação dos estados, o voto aberto e censitário, e outorgou grandes poderes às oligarquias estaduais, especialmente as de São Paulo e Minas Gerais. É aqui que se inicia o período conhecido como a “política do café com leite”, uma aliança entre as oligarquias produtoras de café de São Paulo e as de leite de Minas Gerais, que garantiam a alternância dessas elites no poder.
Este pacto oligárquico foi complementado pelo “coronelismo”, um fenômeno social e político em que os coronéis, grandes proprietários de terras e líderes locais, exerciam controle direto sobre as eleições e a administração pública em suas regiões, utilizando métodos como o voto de cabresto. Esses aspectos da República Velha são frequentemente explorados em questões do Enem, que podem requerer do aluno uma análise crítica das limitações democráticas existentes naquele período.
Conflitos urbanos e rurais: A Revolta de Canudos e outras Insurreições
Entre os conflitos mais emblemáticos da República Velha, destaca-se a Guerra de Canudos, episódio sangrento da história brasileira que aconteceu no sertão da Bahia, entre 1896 e 1897. Movida pela insatisfação popular com as mudanças sociais impostas pela República e pelo messianismo de seu líder, Antônio Conselheiro, Canudos tornou-se uma ameaça direta à hegemonia republicana, culminando em uma repressão violenta por parte das forças do governo. Esta revolta é inerente à questão clássica do Enem, que explora o confronto entre as elites e as massas populares, assim como o papel do Estado na repressão dos movimentos sociais.
Outras insurreições e conflitos urbanos também ecoaram o descontentamento com as condições socioeconômicas e o autoritarismo do regime. Entre elas, destacam-se a Revolta da Vacina (1904), a Revolta da Chibata (1910) e a Revolução Tenentista de 1924. Cada um desses eventos está carregado de significados e lições históricas relevantes, sendo frequentemente abordados em questões que exigem uma compreensão das diferentes formas de resistência popular e as respostas do governo diante desses desafios.
Questões do ENEM: Exploração e Análise crítica
Entender a República Velha vai além de decorar datas e nomes. As questões do Enem exigem uma análise crítica das fontes históricas, como foi o caso do exame de 2015, que apresentou trechos de Euclides da Cunha e H.M. Soares a respeito da Guerra de Canudos. A análise dos diferentes pontos de vista sobre o mesmo fato histórico revelou-se fundamental para a resolução da questão, que solicitava ao candidato a identificação de contextos e intenções distintas dos autores.
Essa capacidade de interpretar as fontes históricas, compreendendo o impacto dos eventos e a multiplicidade de perspectivas envolvidas, é essencial para o sucesso na prova de História do Enem. As questões sobre a República Velha muitas vezes demandam essa habilidade, ao explorar como as bases do Brasil republicano foram moldadas por anos de conflitos, alianças oligárquicas e uma sociedade em constante transformação.
Conclusão: A relevância da República Velha na prova do Enem
A República Velha é um conteúdo recorrente nas questões de História do Enem, refletindo sua importância dentro do currículo escolar e sua influência na formação do Brasil moderno. O estudo deste período precisa ser abordado de forma profunda e crítica, com atenção para os diferentes aspectos que influenciaram a política, a economia e a sociedade brasileira no final do século XIX e início do século XX.
Ao longo dessa era, o Brasil experimentou uma complexa transição de poderes que inevitavelmente conduziu a processos de resistência e repressão, tanto nas áreas urbanas quanto nas rurais. Compreender esses processos e ser capaz de analisá-los a partir de fontes históricas é fundamental para obter um bom desempenho no Enem. Portanto, um estudo detalhado e contextualizado da República Velha é indispensável para qualquer estudante que deseja alcançar altos resultados nas provas de Ciências Humanas. Aprofunde seus estudos e leia sobre as dicas essenciais de História para Enem.
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