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Intertextualidade e paródia no ENEM: entenda como a banca cobra

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Compreender as nuances da leitura textual é fundamental para o sucesso no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e a intertextualidade e paródia figuram como pilares dessa compreensão. Tais recursos linguísticos são frequentemente explorados pela banca, exigindo dos candidatos uma capacidade analítica apurada.

A habilidade de reconhecer e interpretar a intertextualidade e paródia é, portanto, um diferencial competitivo. Dominar esses conceitos não apenas enriquece a leitura, mas também capacita o estudante a desvendar as camadas de significado propostas nos enunciados.

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O que são intertextualidade e paródia no contexto do ENEM?

A intertextualidade e paródia representam estratégias discursivas de grande relevância no universo da linguagem, especialmente quando analisadas sob a ótica do ENEM. A intertextualidade refere-se ao diálogo explícito ou implícito entre dois ou mais textos. Este fenômeno ocorre quando um texto faz referência a outro já existente, podendo ser por meio de citação direta, alusão, paráfrase ou mesmo uma crítica. É um convite ao leitor para conectar saberes e expandir a compreensão.

Diversas formas de intertextualidade no ENEM podem surgir nas questões de linguagens, como a alusão, que é uma menção indireta a uma obra, personagem ou evento conhecido, exigindo do leitor um repertório cultural para identificá-la. A citação, por sua vez, reproduz trechos de outro texto com indicação da fonte, enquanto a paráfrase reescreve um texto anterior com novas palavras, mantendo o sentido original, mas adaptando-o a um novo contexto ou público. Essas manifestações enriquecem o texto e demandam uma leitura atenta.

Já a paródia, um tipo específico de intertextualidade, distingue-se por sua intenção satírica, crítica ou humorística. Ela consiste na recriação de um texto original, imitando seu estilo, estrutura ou conteúdo, mas subvertendo seu sentido para gerar um efeito cômico ou para tecer um comentário social. A paródia, ao contrário da paráfrase, que busca reafirmar o sentido, visa questionar, desconstruir ou satirizar a obra original, revelando uma perspectiva crítica.

Para o ENEM, identificar a paródia no ENEM envolve não apenas reconhecer o texto-fonte, mas também compreender a intenção por trás da recriação. As questões de linguagens frequentemente apresentam exemplos de paródias em charges, tirinhas, músicas e poemas, desafiando o estudante a decifrar a mensagem implícita e a crítica veiculada. Assim, a capacidade de discernir entre uma simples referência e uma reinterpretação com propósito crítico é crucial.

Como a intertextualidade e paródia aparecem nas provas de linguagens do ENEM

A presença da intertextualidade e paródia nas provas do ENEM é constante e multifacetada. A banca examinadora utiliza esses conceitos para avaliar a capacidade do estudante de realizar uma análise de textos aprofundada, extrapolando o sentido literal e compreendendo as relações dialógicas que os textos estabelecem entre si. As questões de linguagens ENEM podem explorar desde a identificação do texto-fonte até a interpretação dos efeitos de sentido gerados pela reinterpretação.

Um formato comum de cobrança envolve a apresentação de dois textos: um original e outro que estabelece intertextualidade ou paródia com o primeiro. A partir daí, o comando da questão pode solicitar a identificação do tipo de relação estabelecida, o reconhecimento da intenção do autor da nova obra (crítica, homenagem, humor), ou a análise do impacto dessa relação no significado global do texto. Esse tipo de abordagem exige não apenas o reconhecimento das figuras de linguagem, mas também uma interpretação contextualizada.

As charges, tirinhas e poemas são gêneros textuais particularmente explorados quando o assunto é intertextualidade e paródia. Uma charge política, por exemplo, pode parodiar uma famosa obra de arte ou uma manchete de jornal para criticar uma situação social. Da mesma forma, uma tirinha pode subverter um conto de fadas conhecido para gerar humor ou refletir sobre clichês. Nestes casos, o sucesso na questão depende da bagagem cultural do estudante e de sua agilidade em fazer as conexões necessárias.

Além disso, músicas e letras de canções são frequentemente utilizadas, tanto para exemplos de intertextualidade quanto para paródias. Uma canção pode citar versos de outra, criando um novo sentido ou homenageando o artista original. Ou, inversamente, pode reescrever uma melodia popular com uma letra cômica ou satírica. A análise de textos ENEM nessas situações requer que o candidato preste atenção não só à letra, mas também à forma como a intertextualidade e paródia influenciam a mensagem geral da obra.

Estratégias para identificar intertextualidade e paródia no ENEM

Para dominar as questões que envolvem intertextualidade e paródia no ENEM, algumas estratégias de leitura e análise textual são indispensáveis. A primeira e mais importante é a ampliação do repertório cultural. Quanto mais o estudante conhecer obras literárias, artísticas, músicas, provérbios e eventos históricos, maior será sua capacidade de reconhecer as referências intertextuais presentes nos textos da prova. Esta é a base para qualquer análise de textos eficaz.

Ao se deparar com um texto que pode conter intertextualidade ou paródia, o leitor deve procurar por pistas. Palavras ou expressões em itálico ou entre aspas, referências a autores ou obras específicas, e elementos visuais que remetam a imagens conhecidas são indicadores importantes. No caso da paródia, a quebra de expectativa, o humor, a ironia ou a crítica evidente são sinais claros de que o texto está dialogando de forma subversiva com outro. A atenção às figuras de linguagem ENEM, como a ironia e a ambiguidade, também se mostra fundamental.

Outra estratégia crucial é a leitura comparativa. Quando a questão apresenta dois textos, é essencial ler ambos com atenção, identificando semelhanças e diferenças em sua estrutura, linguagem e tema. Pergunte-se: “Este texto me lembra outro?”. “Há alguma parte que parece ‘emprestada’ ou ‘modificada’ de algo que eu conheço?”. Comparar os propósitos e os contextos de produção de cada texto ajuda a discernir se há uma simples referência ou uma reinterpretação com fins específicos.

Finalmente, praticar a resolução de questões anteriores do ENEM que abordam intertextualidade e paródia é uma das formas mais eficientes de se preparar. Ao analisar os gabaritos e as justificativas, o estudante compreende a lógica da banca e aprimora suas habilidades de interpretação. Além disso, a prática constante solidifica o aprendizado e aumenta a confiança para o dia da prova.

Exemplos práticos de intertextualidade e paródia em questões do ENEM

A banca do ENEM é bastante criativa ao abordar a intertextualidade e paródia, apresentando contextos variados que exigem do estudante um olhar crítico. Um exemplo clássico de intertextualidade pode envolver um poema contemporâneo que faz uma alusão a um soneto de Luís Vaz de Camões. A questão, neste cenário, pode pedir que o candidato identifique como o poeta atual recontextualiza a temática camoniana, mantendo ou subvertendo o sentido original da obra.

Em outro contexto, a paródia no ENEM pode ser ilustrada por uma tirinha que reinterpreta uma cena famosa de um conto de fadas, como “Chapeuzinho Vermelho”, alterando o desfecho para gerar humor ou uma crítica social. Imagine o Lobo Mau sendo preso por ativistas dos direitos animais após comer a Vovozinha, com a Chapeuzinho filmando a cena com um celular. A questão provavelmente perguntaria sobre o efeito de sentido gerado pela paródia e qual a crítica implícita.

Músicas são também um terreno fértil para a intertextualidade e paródia. Uma questão pode apresentar a letra de uma canção que cita versos de um samba clássico, e o comando pediria para o aluno identificar o recurso utilizado e a intenção do compositor. Se a citação for literal, é intertextualidade por citação; se os versos forem reescritos com uma nova perspectiva humorística ou crítica, temos uma paródia. O repertório musical do estudante pode ser um aliado aqui.

As campanhas publicitárias são igualmente exploradas, pois frequentemente utilizam a intertextualidade e paródia para engajar o público. Um anúncio pode parodiar um filme famoso ou um meme da internet para promover um produto. A habilidade do candidato em reconhecer a referência original e entender como ela foi adaptada para o contexto publicitário é testada, avaliando sua compreensão da persuasão e dos efeitos de sentido das figuras de linguagem ENEM.

Em suma, as questões que abordam a intertextualidade e paródia no ENEM são um teste da capacidade do estudante de ir além do que está explícito. Elas exigem um leitor ativo, com vasto repertório cultural e aprimorada sensibilidade para as nuances da linguagem, capaz de decifrar os diálogos entre os textos e as intenções por trás de suas reinterpretações. Dominar esses conceitos não é apenas uma estratégia para o exame, mas uma ferramenta valiosa para a compreensão crítica do mundo contemporâneo.

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