Início » Modernismo 2ª fase: autores, obras e o que mais cai no ENEM

Modernismo 2ª fase: autores, obras e o que mais cai no ENEM

Publicado em

O panorama cultural brasileiro experimentou uma notável transformação com o advento do Modernismo, movimento que se desdobrou em fases distintas. Dentre elas, a Modernismo 2ª fase se destaca por aprofundar temáticas sociais e regionais, consolidando vozes literárias que ecoam até hoje.

Este período, também conhecido como Geração de 30, representa um momento crucial para a literatura nacional, marcado por obras que capturam a essência do Brasil profundo. Seus autores e as problemáticas abordadas são constantemente revisitados em exames, especialmente no Enem.

Inscreva-se em nossa newsletter

Receba notícias sobre vestibulares, materiais de estudo gratuitos e informações relevantes do mundo da educação.

*Ao enviar os dados você concorda com a nossa Política de Privacidade e aceita receber informações adicionais.

As características marcantes do Modernismo 2ª fase

A Segunda fase do Modernismo, que floresceu aproximadamente entre 1930 e 1945, representa um amadurecimento das propostas iniciais do movimento, afastando-se do caráter radical e iconoclasta da primeira geração. Esta etapa é comumente designada como Geração de 30 e trouxe consigo uma profunda reflexão sobre a realidade brasileira, permeada por questões sociais, políticas e econômicas.

Diferente da fase heroica, a Modernismo 2ª fase se dedicou a uma abordagem mais construtiva, explorando com profundidade a identidade nacional através de uma lente crítica e regionalista. Há um notável interesse pela análise psicológica dos personagens, pela crítica aos sistemas sociais vigentes e pela denúncia das desigualdades.

A prosa, em particular o chamado Romance de 30, ganhou grande destaque, retratando o homem em seu ambiente e as adversidades da vida em diferentes regiões do país. Os escritores buscavam uma linguagem mais objetiva, porém carregada de sensibilidade, capaz de expor as feridas sociais sem perder a veia artística.

A poesia, por sua vez, também se distanciou dos experimentalismos mais radicais, adotando um tom mais reflexivo e universal. Nomes como Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles exploraram o cotidiano, a angústia existencial, a condição humana e, por vezes, a própria metalinguagem, consolidando a rica tapeçaria da Modernismo 2ª fase.

Os grandes nomes da prosa na Segunda fase do Modernismo

No campo da prosa, a Modernismo 2ª fase foi prolífica, revelando alguns dos maiores romancistas das 20 obras essenciais da literatura brasileira. O chamado Romance de 30 foi o epicentro dessa produção, centrando-se principalmente no regionalismo nordestino e na crítica social.

Um dos pilares desse período foi Graciliano Ramos, cuja obra se caracteriza pela linguagem concisa, seca e pela profundidade psicológica dos personagens. Títulos como Vidas Secas, São Bernardo e Angústia são exemplos primorosos da sua capacidade de retratar a miséria, a opressão e a luta pela sobrevivência no sertão.

Outra voz feminina poderosa foi Rachel de Queiroz, que, com O Quinze, abordou a seca e suas consequências trágicas no Ceará, trazendo um olhar sensível e crítico para as condições de vida dos retirantes. Sua obra marcou um novo tempo para a representação feminina na literatura.

Jorge Amado contribuiu com um regionalismo mais vibrante e engajado, destacando as realidades de cidades como Ilhéus e Salvador, com personagens que transitavam entre o povo, os coronéis e a boemia. Obras como Capitães da Areia e Terras do Sem Fim expõem a exploração e a injustiça social com um estilo pulsante e humanizado.

José Lins do Rego, com seu ciclo da cana-de-açúcar, em romances como Menino de Engenho e Fogo Morto, trouxe à tona a decadência dos engenhos nordestinos e as relações de poder e escravidão. Já Érico Veríssimo, embora com foco mais ao sul do país, em obras como O Tempo e o Vento, também se alinhava à preocupação social e histórica da época.

A poesia e o Modernismo 2ª fase: lirismo e engajamento

A poesia da Segunda fase do Modernismo, embora por vezes menos focada no regionalismo explícito da prosa, manteve um forte compromisso com a reflexão e o engajamento, seja social, existencial ou metalinguístico. Os autores do Modernismo desta geração aprofundaram-se na exploração da linguagem e da condição humana.

Carlos Drummond de Andrade é, sem dúvida, o nome mais emblemático da poesia da Geração de 30. Seus versos, marcados pela ironia, pelo pessimismo e pela genialidade, exploram o cotidiano, a política, o amor e a solidão. Obras como Alguma Poesia, Sentimento do Mundo e A Rosa do Povo são essenciais para entender sua trajetória, que transita do eu-lírico universal para o engajamento social.

Cecília Meireles trouxe à poesia um lirismo delicado, místico e atemporal, com uma preocupação formal e musicalidade ímpares. Sua obra Romanceiro da Inconfidência é um marco, resgatando poeticamente um momento histórico crucial do Brasil. Outros títulos como Viagem e Cânticos revelam uma alma sensível e profunda.

Vinicius de Moraes, inicialmente um poeta de temas existenciais e religiosos, evoluiu para o lirismo amoroso e a bossa nova, mas sua produção inicial na Modernismo 2ª fase já revelava a intensidade de suas emoções e a habilidade com a palavra, como em O Caminho para a Distância.

Murilo Mendes e Jorge de Lima também são nomes importantes, cada um com sua singularidade, contribuindo para a diversidade temática e estilística da poesia desta fase. Suas obras, muitas vezes, dialogam com o surrealismo e a religiosidade, ampliando o espectro de abordagens da Modernismo 2ª fase.

O que o ENEM mais cobra sobre o Modernismo 2ª fase

O Exame Nacional do Ensino Médio frequentemente explora a Modernismo 2ª fase devido à sua relevância histórica, social e literária. Os examinadores buscam avaliar a capacidade do estudante de identificar características, autores e temas centrais deste período.

Dentre os aspectos mais cobrados no Modernismo no ENEM, destacam-se:

  • Regionalismo e crítica social: A análise de textos que abordam a realidade brasileira, especialmente a do Nordeste, com suas secas, miséria, exploração e injustiça social. Obras como Vidas Secas de Graciliano Ramos e O Quinze de Rachel de Queiroz são constantemente referenciadas.
  • Análise psicológica dos personagens: A profundidade com que os autores da Geração de 30 exploravam a interioridade de seus personagens, suas angústias e conflitos existenciais, como visto em São Bernardo ou Angústia.
  • Engajamento político e social: A poesia de Carlos Drummond de Andrade, em particular seus poemas que refletem sobre a Segunda Guerra Mundial, o comunismo e a condição humana em tempos de crise, é um foco comum nas questões sobre literatura.
  • Linguagem e estilo: A objetividade da prosa, a concisão e a economia de palavras de Graciliano Ramos, bem como o lirismo e a musicalidade da poesia de Cecília Meireles, são aspectos estilísticos que o exame pode exigir a identificação.

É crucial que o estudante compreenda a transição do caráter radical da primeira fase para a profundidade e o engajamento da Modernismo 2ª fase. A contextualização histórica dos anos 1930 e 1940, marcada por eventos como a Era Vargas e a Segunda Guerra Mundial, também é fundamental para a interpretação das obras e poemas deste período.

Em síntese, a Modernismo 2ª fase consolidou uma literatura de profundo impacto social e psicológico no Brasil. Os autores e obras deste período não apenas moldaram a identidade literária nacional, mas continuam a ressoar, convidando à reflexão sobre as persistentes questões humanas e sociais que permeiam nossa realidade. O estudo aprofundado dessa etapa é, portanto, indispensável para a compreensão da cultura brasileira e para o sucesso em exames como o ENEM.

Leia também:

Publicações Relacionadas

Ao continuar a usar nosso site, você concorda com a coleta, uso e divulgação de suas informações pessoais de acordo com nossa Política de Privacidade. Aceito