Como se escreve corretamente: shampoo ou xampu

É comum que, ao ler a embalagem de um produto no banho, muitos estudantes se deparem com duas variantes da mesma palavra e fiquem em dúvida. Afinal, o certo é “shampoo” ou “xampu”?

Esse tipo de confusão é importante de resolver, sobretudo para quem presta vestibulares e o Enem, onde o domínio ortográfico é essencial para a nota da redação e o bom desempenho nas questões de linguagens.

Xampu ou shampoo: qual é a forma correta?

A forma gramaticalmente correta da palavra, de acordo com os dicionários da língua portuguesa, é xampu. O termo “shampoo”, muito comum por força das embalagens dos produtos de higiene capilar, é considerado um estrangeirismo, isto é, uma palavra de outro idioma que foi incorporada ao português, porém sem sofrer alterações morfológicas que a adequassem às normas ortográficas do Brasil.

Ainda que “shampoo” esteja amplamente difundido no uso cotidiano, principalmente por influência da indústria cosmética, a versão aportuguesada, xampu, é preferida na norma-padrão da língua. Esse formato consta consistentemente no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), publicado pela Academia Brasileira de Letras, e em todos os principais dicionários nacionais, como Houaiss e Aurélio.

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Dicionários e a normatização da língua

Mesmo que “shampoo” não seja considerada incorreta, ela é classificada como forma estrangeira. O dicionário Michaelis, por exemplo, a registra com a indicação de que deriva diretamente do inglês.

Por outro lado, o termo “xampu” aparece como a grafia preferencial, com a definição clara de “produto para lavar os cabelos”. Isso significa que, ao escrever uma redação formal, como nas provas de vestibular, o mais seguro é adotar a forma em português.

E as outras variações como “champô”?

Além de “xampu” e “shampoo”, ainda existem variações como champôe, xampô, grafias comuns em Portugal. Essas formas são registradas nos dicionários portugueses e seguem a normatização do português europeu. No entanto, no Brasil, são formas muito pouco usuais e raramente vistas fora de contextos acadêmicos ou literários sobre a língua.

A origem e etimologia do termo

A palavra “shampoo” tem uma origem curiosa. Vem do termo hindustâni “chāmpo”, que significa “amassar” ou “massagear”, em referência ao movimento feito durante a lavagem dos cabelos. Quando foi incorporada ao inglês, ganhou a grafia “shampoo” e passou a indicar o produto líquido utilizado para limpeza capilar.

A partir do inglês, a palavra chegou ao português na forma original, mas com o tempo sofreu transliteração, ou seja, teve sua grafia modificada para se adaptar à ortografia brasileira, surgindo assim a versão “xampu”.

Transliteração: o que é isso?

Transliteração é a adaptação gráfica de uma palavra de um idioma estrangeiro para outro conforme os padrões ortográficos da língua de destino. Esse processo é comum em palavras incorporadas do inglês, francês ou italiano, como:

  • “football” → futebol
  • “sandwich” → sanduíche
  • “hamburger” → hambúrguer
  • “shopping” → shopping (permanece como estrangeirismo)
  • “shampoo” → xampu (transliterada)

Nem todas as palavras estrangeiras passam por essa adaptação. Algumas mantêm a forma original por conveniência, costume ou marketing, como ocorre com “shopping” e, em parte, com “shampoo”.

Quando usar cada uma?

A escolha entre “shampoo” e “xampu” depende essencialmente do contexto de uso. Em textos formais, como redações do Enem e provas discursivas de vestibulares, recomenda-se utilizar “xampu”, por seguir a norma culta da língua portuguesa.

Já em contextos mais informais ou no dia a dia, por exemplo, em textos publicitários, em embalagens de produtos ou em publicações nas redes sociais, o uso de “shampoo” é mais tolerado, embora ainda seja considerado um estrangeirismo.

Veja um resumo com recomendações práticas:

Contexto Forma Recomendada
Redação do Enem xampu
Provas escritas de vestibular xampu
Comunicação informal shampoo ou xampu
Embalagens de produtos shampoo
Publicidade e marketing shampoo ou xampu

O papel da norma-padrão nos vestibulares

Durante o processo de preparação para o Enem e vestibulares, os candidatos são constantemente cobrados por sua capacidade de seguir as normas gramaticais da língua portuguesa. Escrever “xampu” em vez de “shampoo”, por mais simples que pareça, representa um cuidado com a adequação linguística.

Além disso, demonstra que o estudante tem domínio sobre o emprego correto de palavras aportuguesadas e compreende a diferença entre aquilo que é socialmente aceito e o que é academicamente exigido.

Dessa forma, optar por “xampu” ao invés de “shampoo” é uma escolha que transmite atenção às regras da língua portuguesa e favorece a coesão gramatical em contextos formais. Embora a influência estrangeira seja forte, especialmente no vocabulário do cotidiano, o domínio da forma correta diferencia o estudante atento e preparado de quem apenas repete o uso popular.

Portanto, para quem busca uma vaga nas melhores universidades do país, esse grau de precisão pode representar pontos valiosos na prova de Língua Portuguesa e, mais ainda, um sinal claro de maturidade linguística.

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