A palavra “nécessaire” é um daqueles termos que frequentemente geram dúvidas, mesmo entre os estudantes mais atentos. Sua origem estrangeira e uso cotidiano contribuem para confusões na hora de escrever ou de definir seu gênero. Afinal, como se escreve corretamente? E devemos dizer “o nécessaire” ou “a nécessaire”?
Embora esteja presente no vocabulário de muitos brasileiros, o emprego correto da palavra ainda escapa ao conhecimento de boa parte do público. Para quem está se preparando para vestibulares e o ENEM, compreender o uso apropriado de termos assim é mais do que uma curiosidade, pode representar pontos nas provas de Linguagens.
O que você vai ler neste artigo:
Origem e estrutura da palavra nécessaire
“Nécessaire” é uma palavra de origem francesa, derivada do adjetivo “nécessaire”, que significa “necessário”. Na Língua Portuguesa, a palavra foi adotada como substantivo e passou a nomear a tradicional bolsinha ou estojo portátil usado para guardar artigos pessoais, como escova de dentes, maquiagem, medicamentos, entre outros objetos essenciais.
Por se tratar de um estrangeirismo, “nécessaire” mantém suas características gráficas originais, incluindo o acento agudo no primeiro “e”. Abrir mão desse acento, escrevendo necessaire, por exemplo, é considerado erro ortográfico, mesmo em linguagem informal.
É importante destacar que o termo é frequentemente incorporado ao português sem adaptações, o que significa que seu uso exige certa atenção para manter a forma original, especialmente em textos mais formais.
Qual é o gênero correto: “o nécessaire” ou “a nécessaire”?
Além da grafia correta, é comum surgirem dúvidas sobre o gênero do termo. Como a palavra termina em “e” e não apresenta uma marca de gênero clara, muitos falantes hesitam entre o masculino e o feminino. No entanto, conforme consta no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras e no dicionário Michaelis, o gênero correto da palavra é masculino: portanto, deve-se dizer “o nécessaire.”
Essa informação surpreende algumas pessoas, uma vez que a palavra costuma ser associada a objetos de uso mais comuns entre mulheres, como nécessaires de maquiagem. Porém, o uso não determina o gênero gramatical. A classificação formal da palavra como substantivo masculino deve prevalecer, sobretudo em contextos acadêmicos ou formais.
Exemplos do uso correto
Para reforçar o aprendizado, veja abaixo algumas frases com a aplicação adequada da palavra:
- Ela organizou todos os produtos de higiene no nécessaire antes da viagem.
- O nécessaire caiu dentro da mochila e molhou os remédios.
- Levo sempre o nécessaire comigo para o trabalho.
Nas situações acima, a concordância com o artigo definido “o” e com os adjetivos demonstra como empregar o termo corretamente no gênero masculino.
Falsos cognatos e erros comuns
Alguns estudantes, ao lerem ou ouvirem a palavra em francês ou em português informal, podem se confundir com grafias alternativas incorretas, como:
- necessaire(sem acento)
- necesser
- nescecer(erro por aproximação fonética)
Essas variações não são reconhecidas pelos principais dicionários e não devem ser utilizadas, nem mesmo em comunicações informais, quando o objetivo é manter clareza e correção.
Além disso, há a tendência de adaptar o termo equivocadamente ao português, modificando seu gênero por associação semântica ao objeto. Por exemplo, dizer “a nécessaire” por pensar na bolsinha como um item feminino. Apesar de compreensível, essa escolha não encontra respaldo nas normas gramaticais.
Relevância na redação e nos vestibulares
Compreender e aplicar termos oriundos de outras línguas com correção é uma habilidade cada vez mais valorizada nos vestibulares. Os exames costumam exigir senso apurado de norma padrão, vocabulário variado e domínio da coesão textual, principalmente nas provas de redação.
Além disso, a familiaridade com palavras estrangeiras incorporadas à Língua Portuguesa é útil também na produção e interpretação de textos publicitários, jornalísticos e técnicos, gêneros recorrentes em exames como o ENEM.
Portanto:
- Saiba empregar corretamente a grafia “nécessaire” com acento agudo no primeiro “e”.
- Use o artigo masculino “o”, pois esse é o gênero registrado oficialmente.
- Evite variações fonéticas ou grafias sem respaldo gramatical.
- Esteja atento ao uso do termo em contextos formais para garantir maior precisão textual.
Portanto, dominar nuances como essas representa um passo à frente rumo à excelência linguística, algo indispensável para quem busca se destacar nas provas mais exigentes do país. Com atenção aos detalhes e estudo contínuo, o domínio da norma culta se torna um diferencial competitivo real na jornada rumo à universidade.
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