Ser proativo ou pró-ativo é uma característica admirável, especialmente em ambientes de trabalho e situações que exigem iniciativa. Mas você já se perguntou qual dessas formas está correta? Ambas são aceitas na Língua Portuguesa, mas há detalhes importantes sobre sua origem e uso que podem surpreender.
Embora as duas grafias sejam válidas, a escolha entre elas depende de aspectos como etimologia e regras do novo acordo ortográfico. Vamos explorar essas diferenças para esclarecer qualquer dúvida sobre o tema.
O que você vai ler neste artigo:
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O significado de ser proativo (ou pró-ativo)
A palavra proativo ou pró-ativo descreve alguém com iniciativa própria, capaz de antecipar problemas e agir antes mesmo que eles surjam. Essa qualidade é frequentemente associada a profissionais eficientes e prestativos no ambiente corporativo. No entanto, o termo também pode ser aplicado em contextos pessoais.
Ambas as formas carregam exatamente o mesmo significado: um adjetivo para descrever pessoas dinâmicas, dispostas a colaborar e resolver questões sem esperar por ordens diretas.
A origem das palavras
Para entender por que existem duas versões dessa palavra – com hífen (pró-ativo) ou sem ele (proativo), precisamos analisar suas origens:
Derivação do inglês “proactive”
Nesse caso, “proactive” foi adaptado diretamente ao português como “proativo”. Aqui, o prefixo “pro-” não possui tonicidade (não recebe ênfase na pronúncia), sendo escrito sem hífen conforme as normas da língua portuguesa.Formação pelo prefixo tônico “pró-” + ativo
Outra explicação sugere que a palavra tenha sido formada pela junção do prefixo tônico “pró-“ (que significa “a favor”) com o adjetivo “ativo”. De acordo com essa derivação específica, aplica-se a regra gramatical do novo acordo ortográfico: quando os prefixos “pré-“, “pós-” ou “pró-” forem tônicos em palavras compostas, usa-se obrigatoriamente o hífen.
Esses dois caminhos etimológicos justificam por que ambas as formas coexistem nos dicionários brasileiros atuais.
Regras do novo acordo ortográfico
O novo acordo ortográfico trouxe mudanças significativas à escrita da Língua Portuguesa. Uma delas envolve justamente os casos onde se utiliza ou elimina o hífen nas palavras formadas por composição com prefixos:
Quando usar hífen:
- Palavras formadas pelos prefixos tônicos (“pré-“, “pós-“, “pró-“) seguidos de elementos iniciados por vogal.
- Exemplo: pré-escola; pós-graduação; pró-reitor.
- Aplicando essa lógica: “Pró-Ativo” deve ter hífen porque segue esta regra gramatical clássica, considerando sua formação original baseada no uso do prefixo tônico ‘pró’.
Quando NÃO usar:
- Prefixos átonos (sem tonicidade) combinados diretamente ao radical seguinte.
- Exemplo: proactive → proatividade / propositivo → proposta.
- Assim nasce “**ProAtividade-ProAtiva”.
A dúvida entre “proativo” e “pró-ativo” reflete a evolução natural da língua portuguesa, em que tendências de simplificação ortográfica e adequação às normas atuais desempenham um papel importante.
Assim, ao optar por “proativo”, você estará alinhado à norma culta e atual da língua. No entanto, é válido lembrar que o uso de “pró-ativo” ainda pode ser encontrado em contextos mais antigos ou informativos. Seja qual for a escolha, o essencial é garantir clareza e consistência no uso, respeitando o objetivo da comunicação.
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