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Voz ativa e voz passiva: entenda como transformar e quando usar

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A comunicação eficaz reside na clareza e na capacidade de direcionar o foco da mensagem. Nesse cenário, a voz ativa e passiva surgem como ferramentas gramaticais essenciais, moldando a percepção do leitor sobre quem realiza a ação ou o que a sofre. Dominar essas vozes verbais é um passo fundamental para redatores e comunicadores que buscam precisão e impacto em seus textos.

Compreender a distinção e saber como alternar entre a voz ativa e passiva permite não apenas a correção gramatical, mas também a estratégica manipulação da ênfase narrativa. A escolha correta entre elas pode determinar se a atenção recairá sobre o agente ou sobre o resultado da ação, impactando diretamente a coesão e o estilo do discurso.

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Entendendo a voz ativa e a voz passiva na gramática portuguesa

Na vasta tapeçaria da gramática portuguesa, a voz ativa e passiva representam duas construções verbais distintas, cada uma com sua particularidade na organização da frase. Elas são fundamentais para expressar diferentes perspectivas sobre uma mesma ação e aparecem frequentemente nas questões de língua portuguesa que já caíram no Enem.

A voz ativa ocorre quando o sujeito da oração é aquele que pratica a ação expressa pelo verbo. É uma construção direta, onde o agente da ação está em destaque. Por exemplo, na frase “O professor corrigiu as provas“, o professor é o sujeito que realiza a ação de corrigir. Essa estrutura tende a tornar o texto mais dinâmico e objetivo, direcionando a atenção para quem age.

Por outro lado, a voz passiva é utilizada quando o sujeito da oração sofre ou recebe a ação. O foco se desloca do agente para o paciente da ação. Se pegarmos o exemplo anterior e o transformarmos para a voz passiva, teremos: “As provas foram corrigidas pelo professor“. Aqui, “as provas” são o sujeito que sofre a ação de serem corrigidas. O termo “pelo professor” é conhecido como agente da passiva, indicando quem realizou a ação, mas com menor destaque.

Esta alternância é uma característica intrínseca do idioma e sua compreensão aprofundada é crucial para aprimorar a escrita. A escolha entre as duas formas não é meramente estilística, mas uma decisão estratégica sobre qual elemento da frase merece maior proeminência.

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A transformação de frases: da voz ativa para a voz passiva e vice-versa

A habilidade de converter uma frase da voz ativa para a voz passiva (e vice-versa) é um pilar da fluência gramatical, permitindo ao escritor adaptar a ênfase da sua mensagem. Essa transformação de frases segue passos lógicos que, uma vez dominados, tornam o processo intuitivo e são essenciais para quem busca domínio das classes gramaticais.

Para converter uma frase da voz ativa para a passiva, o primeiro passo é identificar o sujeito e predicado, o verbo e o objeto direto na estrutura ativa. Posteriormente, o objeto direto da voz ativa assume a função de sujeito paciente na voz passiva. O sujeito original da voz ativa se torna o agente da passiva, geralmente introduzido pela preposição “por” ou “de”. O verbo principal da frase ativa é transformado para o particípio, sendo acompanhado por um verbo auxiliar, geralmente “ser”, que conjuga no mesmo tempo verbal do verbo principal da ativa.

A estrutura básica da voz passiva é composta por: Sujeito paciente + verbo auxiliar “ser” + particípio do verbo principal + agente da passiva (opcional). É fundamental que o verbo auxiliar concorde em número e gênero com o novo sujeito, mantendo a coerência gramatical – um aspecto que também se relaciona aos substantivos comuns na estrutura da frase.

Abaixo, um exemplo prático ilustra essa transformação de forma clara:

Voz Ativa Voz Passiva (analítica) Voz Passiva (sintética)
O artista pintou o quadro. O quadro foi pintado pelo artista. Pintou-se o quadro.
A mãe fez o almoço. O almoço foi feito pela mãe. Fez-se o almoço.

É importante notar que nem todos os verbos admitem essa transformação. Apenas os verbos transitivos diretos, ou transitivos diretos e indiretos, podem ser passados para a voz passiva analítica. Verbos intransitivos, de ligação ou que não possuam objeto direto não permitem tal conversão. Compreender essas limitações é tão crucial quanto dominar os passos da transformação.

Quando utilizar a voz ativa e a voz passiva: decifrando o melhor cenário

A escolha entre a voz ativa e passiva vai além da mera correção gramatical; é uma decisão estratégica que afeta a clareza, o impacto e o tom de um texto. Cada uma possui cenários onde se sobressai, otimizando a comunicação e sendo particularmente relevante em redações do Enem que exigem precisão argumentativa.

A voz ativa é a preferida quando se deseja destacar quem pratica a ação, tornando o texto mais direto, claro e dinâmico. Ela é ideal para instruções, comunicações cotidianas, relatórios que exigem objetividade e narrativas onde a autoria da ação é vital. Por exemplo, em uma notícia, “A empresa X lançou um novo produto” é mais impactante do que “Um novo produto foi lançado pela empresa X” se o foco for a empresa. Essa construção confere responsabilidade e energia ao discurso.

Por outro lado, a voz passiva é empregada quando o foco deve recair sobre a ação em si ou sobre o objeto que sofre a ação, e não necessariamente sobre quem a praticou. É comum em textos formais, científicos, pesquisas acadêmicas ou em notícias onde o agente é desconhecido, irrelevante ou não se deseja mencioná-lo. Por exemplo, “A pesquisa foi concluída após dois anos de trabalho árduo” coloca o foco no processo e no resultado, não nos pesquisadores. Em contextos jurídicos, “O réu foi condenado” enfatiza a sentença, não o juiz.

A decisão fundamental reside, portanto, em responder: você quer enfatizar quem fez (voz ativa) ou o que foi feito (voz passiva)? Essa reflexão guiará o uso apropriado das vozes verbais para atingir o objetivo comunicacional desejado, seja na criação de um artigo jornalístico ou na elaboração de um documento técnico.

Principais diferenças e observações sobre a voz ativa e passiva

Compreender as distinções entre a voz ativa e passiva é fundamental para aprimorar a escrita e a comunicação em diversos contextos. A tabela a seguir sumariza as características essenciais de cada uma, oferecendo um panorama claro para sua aplicação, especialmente importante para quem busca melhorar suas habilidades em variantes linguísticas:

Característica Voz Ativa Voz Passiva
Sujeito Agente (pratica a ação) Paciente (sofre a ação)
Foco Quem faz O que é feito
Construção Sujeito + verbo + objeto Sujeito + “ser” + particípio + por + agente
Tom Direto, objetivo, enérgico Mais formal, impessoal, às vezes indireto

A voz ativa tende a ser mais clara e natural na maioria dos contextos, facilitando a compreensão e imprimindo um ritmo mais ágil ao texto. Ela é amplamente recomendada para a comunicação direta e para a redação jornalística que busca informar de maneira concisa e sem ambiguidades. Seu domínio é essencial assim como o conhecimento de pronomes de tratamento para uma comunicação eficiente.

Por outro lado, a voz passiva pode ser extremamente útil para evitar repetições, para dar uma ênfase particular ao resultado da ação ou quando o agente da ação é desconhecido, desimportante ou precisa ser omitido por razões estratégicas.

Na escrita acadêmica ou técnica, por exemplo, a voz passiva é frequentemente utilizada para conferir impessoalidade ao texto, direcionando o foco para os fatos e processos, e não para o autor. “Foram observadas anomalias…” soa mais formal e científico do que “Nós observamos anomalias…”. Contudo, é crucial usar a voz ativa e passiva com discernimento, pois o uso excessivo da passiva pode tornar o texto pesado e menos envolvente. Além disso, vale ressaltar que alguns verbos, como “haver”, “ter” e “estar”, não admitem a transformação para a voz passiva, um detalhe importante na gramática portuguesa a ser considerado.

Em resumo, a voz ativa e passiva são mais do que meras estruturas gramaticais; são ferramentas poderosas que, quando bem empregadas, elevam a qualidade da comunicação. A voz ativa destaca o agente da ação, conferindo dinamismo e clareza, enquanto a voz passiva privilegia o paciente ou a própria ação, ideal para contextos que exigem formalidade, impessoalidade ou quando a autoria não é o ponto principal. A capacidade de transformar e escolher entre as vozes verbais é um indicativo de domínio linguístico, permitindo ao escritor adaptar sua mensagem com precisão e eficácia, sempre alinhado ao objetivo final de sua comunicação.

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