Escrever uma boa redação no Enem não depende apenas de saber o tema. Ter domínio da estrutura dissertativo-argumentativa e desenvolver uma argumentação coesa são caminhos mais seguros para alcançar uma nota de destaque.
Além disso, manter o texto bem planejado e articulado com repertórios apropriados ajuda a mostrar domínio da norma culta e do raciocínio crítico exigido pela banca avaliadora.
O que você vai ler neste artigo:
Pratique a interpretação de texto e desenvolva senso crítico
Antes mesmo de escrever, o primeiro passo é entender completamente o tema proposto. Isso vai além da leitura literal: envolve reconhecer implicações, interpretar contextos e prever abordagens possíveis. Estudantes que praticam a leitura crítica chegam mais preparados para esse desafio.
Leituras diversificadas — como editoriais, artigos de opinião, reportagens e ensaios — ajudam no amadurecimento da argumentação. Além disso, observar como especialistas constroem pontos de vista auxilia a formar uma base sólida para desenvolver uma tese clara e bem fundamentada.
Ao readquirir o hábito de refletir sobre o que se lê, questionar fontes e confrontar perspectivas, o estudante ganha autonomia intelectual. Esse senso crítico será indispensável para diferenciar uma redação comum de outra com potencial para atingir a nota máxima.
Organize suas ideias antes de escrever
Um erro frequente é começar a redação sem planejamento. Isso tende a gerar repetições, incoerências ou até desvios do tema. A estrutura dissertativo-argumentativa exige clareza e progressão lógica do pensamento, e o melhor caminho para isso é começar com um rascunho bem feito.
No planejamento, o ideal é registrar os pontos mais relevantes sobre o tema de forma organizada. Pense na introdução como a apresentação do ponto de vista (tese), o desenvolvimento como o espaço para sustentar essa tese com argumentos claros e o encerramento como uma proposta de solução.
Esse esqueleto textual permitirá revisar o conteúdo com mais facilidade e evita contradições ao longo da redação. Além disso, fornece segurança para seguir escrevendo com fluidez e precisão.
Construa uma tese clara e coerente
A tese é a espinha dorsal da sua redação. Ela deve expressar de forma objetiva o seu posicionamento diante do tema. É importante que esse ponto de vista esteja presente na introdução e se mantenha firme ao longo de todo o texto.
Uma tese eficaz é aquela que transmite reflexão, sem depender de fórmulas prontas. Busque relacioná-la com o contexto atual ou com experiências históricas e sociais que validem sua argumentação. Isso demonstra domínio do tema e profundidade crítica.
Evite posicionamentos genéricos ou que apenas reproduzem o senso comum. Em vez disso, proponha reflexão. Isso destaca sua redação e garante à banca correções mais favoráveis nas competências que avaliam a argumentação e o repertório aplicado.
Use conectivos e operadores argumentativos com precisão
A coesão é essencial para que o leitor entenda a ordenação de ideias e raciocínios no texto. Por isso, conectivos devem ser aplicados estrategicamente, unindo frases e parágrafos de forma lógica e fluida.
Também é essencial recorrer a operadores argumentativos — como “dessa forma”, “além disso”, “consequentemente”, “por outro lado”. Eles guiam a leitura e evidenciam a progressão do seu argumento em relação ao anterior.
No desenvolvimento de cada parágrafo, essa lógica precisa ser clara: um raciocínio deve levar ao outro. Quando isso não ocorre, a ideia pode parecer desconexa, o que compromete a nota em pelo menos duas das cinco competências da redação.
Aproveite o repertório sociocultural de maneira produtiva
Utilizar repertórios válidos — das artes, da ciência, da história ou da cultura — soma muitos pontos, especialmente na Competência 2. Mas não basta citar nomes, obras ou eventos: é preciso contextualizar e correlacionar com o argumento apresentado.
Por exemplo, ao mencionar Martin Luther King Jr. em um texto sobre desigualdade racial, o estudante deve ir além da simples citação. Precisa explicar como a luta pelos direitos civis nos EUA do século XX dialoga com desafios enfrentados atualmente no Brasil.
Essas relações entre o repertório e o tema demonstram domínio interdisciplinar e conferem sofisticação à argumentação. A banca valoriza muito quando o repertório contribui com a linha de raciocínio da redação e não surge apenas como enfeite retórico.
Revise o texto com atenção aos detalhes
A última etapa de uma redação nota 1000 é a revisão. É nesse momento que se corrigem desvios gramaticais, verifica-se a adequação ao tema, a presença de todos os elementos pedidos e a efetividade da argumentação.
Na revisão, é possível identificar erros de pontuação, concordância e ortografia que passam despercebidos durante a escrita. Também é hora de checar se a proposta de intervenção cumpre todos os cinco elementos obrigatórios: agente, ação, meio, finalidade e detalhamento.
Outro ponto importante é observar se há desvios estruturais. Por exemplo, alguns textos caem no formato narrativo ou descritivo e, com isso, perdem pontos na Competência 2. Isso pode ser percebido e corrigido com uma boa leitura final.
Revisar não é etapa secundária — é a chance final de ajustar o texto e garantir a maior pontuação possível. Uma atenção extra nesse momento pode ser decisiva para transformar um bom texto em uma redação excelente.
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