Um bom desempenho na redação do Enem pode ser decisivo para alcançar uma vaga na universidade. Por isso, é fundamental atenção à conclusão do texto, que precisa apresentar uma proposta de intervenção alinhada ao tema.
Mesmo candidatos bem preparados podem cometer deslizes na Competência V caso ignorem detalhes exigidos pelos critérios avaliativos. A seguir, conheça os seis erros mais comuns na conclusão e saiba como evitá-los.
O que você vai ler neste artigo:
Não apresentar proposta de intervenção
Deixar de propor uma intervenção para o problema abordado na redação é um dos erros mais graves avaliados na Competência V. O Enem exige que o participante demonstre capacidade cidadã e proponha uma solução viável para o tema proposto.
A ausência dessa proposta leva a uma pontuação nula nesta competência, o que pode comprometer significativamente o desempenho geral do candidato. Além disso, indica falta de planejamento e comprometimento em apresentar uma análise completa.
Proposta fora do tema
Construir uma intervenção que não se relaciona com o tema proposto anula completamente a tentativa de conclusão. Mesmo que bem escrita e estruturada, uma proposta desconectada é penalizada com a nota zero na Competência V.
É necessário ler cuidadosamente os textos motivadores, compreender o problema central e guiar tanto os argumentos quanto a conclusão para enfrentamento daquela temática específica. Fuga temática é um critério objetivo de eliminação e pode inviabilizar um bom desempenho na redação.
Proposta incoerente com o restante do texto
Quando a proposta de intervenção não está conectada com os argumentos desenvolvidos na redação, ela tende a parecer artificial ou forçada. Isso demonstra que o candidato não manteve uma linha de raciocínio coerente.
Para evitar esse problema, é fundamental manter harmonia entre introdução, desenvolvimento e conclusão. A proposta final deve surgir naturalmente da argumentação apresentada, como uma resposta lógica à análise feita no corpo do texto.
Falta de concretude e especificidade
Utilizar expressões genéricas como “melhorar a educação” ou “fazer campanhas de conscientização” sem detalhar como tais ações seriam implementadas prejudica a avaliação da proposta. O Enem valoriza soluções específicas, com clareza e viabilidade.
É essencial atribuir ações a agentes reais e descrever de forma objetiva os meios de execução. Além disso, um erro recorrente é indicar atribuições equivocadas das instituições públicas – por exemplo, afirmar que um ministério pode criar leis, o que é competência do Poder Legislativo.
Ausência de elementos estruturais obrigatórios
Para uma proposta de intervenção ser considerada completa e bem formulada, ela deve conter cinco elementos essenciais recomendados pela cartilha:
- Ação: o que será feito;
- Agente: quem será responsável;
- Meio de execução: como a ação será realizada;
- Finalidade: com qual objetivo;
- Detalhamento: um dado real que comprove repertório sociocultural e torne a proposta mais plausível.
A omissão de um ou mais desses componentes traz prejuízos significativos para a nota. Segundo as orientações oficiais, propostas incompletas podem limitar a pontuação dessa competência a apenas 120 pontos.
Propostas que desrespeitam os direitos humanos
O desrespeito aos direitos humanos zera automaticamente a Competência V. Portanto, qualquer proposta que envolva violência, exclusão ou afronta a grupos sociais fere diretamente os princípios avaliativos da prova.
Entre os exemplos proibidos estão: tortura, pena de morte, justiça com as próprias mãos, discriminação por gênero, orientação sexual, e incitação ao ódio contra determinadas religiões ou etnias. Mesmo sugestões menos explícitas, como negar o direito ao trabalho a mulheres, como ocorreu em 2023, são consideradas violações.
Exemplos de boas conclusões
Candidatos que obtiveram nota máxima no Enem 2023 demonstraram domínio ao aplicar todos os requisitos da Competência V e desenvolver intervenções diretamente relacionadas ao tema “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. A seguir, exemplos de conclusões que atenderam aos critérios:
Amanda Teixeira Zampiris
“Faz-se necessário, portanto, que meios sejam criados para intervir nesse óbice. Logo, o Governo Federal — órgão responsável pela administração federal em todo território nacional — deve estabelecer políticas públicas que garantam a remuneração e a valorização do trabalho de cuidado, por meio da utilização de verbas governamentais para o pagamento de salários. Tal ação deve ser realizada com a finalidade de mitigar a invisibilidade dos afazeres domésticos realizados pela mulher na sociedade brasileira […]”.
Lucas Malta de Carvalho
“Portanto, é necessário promover ações concretas, as quais alterem o quadro de invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela população feminina. Logo, cabe às emissoras de TV […] realizar campanhas sobre a importância de lutar contra o machismo, por meio de anúncios publicitários, a fim de desconstruir ideias de subjugação […]. Além disso, o Governo Federal deve fiscalizar as relações de trabalho para garantir a remuneração feminina.”
Gabriela Larissa de Souza Gurgel
“Portanto, fazem-se urgentes medidas de enfrentamento aos impasses da temática supracitada. Assim, o Ministério do Trabalho e Emprego deve realizar um registro das principais áreas com presença do trabalho de cuidado. Tal iniciativa será efetivada por intermédio de profissionais do IBGE […] os quais organizarão um auxílio financeiro para ajudá-las a garantir suas dignidades enquanto cidadãs.”
Candidatos que desejam alcançar alta pontuação devem revisar sua conclusão com atenção, garantir a presença de todos os elementos obrigatórios e evitar os deslizes destacados. A redação é uma oportunidade essencial de demonstrar domínio linguístico e compromisso cidadão.
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