A redação do Enem exige do candidato não apenas domínio da linguagem, mas também capacidade de argumentar sobre questões sociais complexas e atuais. Por isso, é importante acompanhar debates em evidência, ligados a direitos, cidadania e políticas públicas.
Especialistas apontam que temas considerados urgentes e amplamente discutidos pela sociedade têm grande potencial de serem cobrados. Confira, a seguir, seis possibilidades fortes para a prova de 2025 com base em análises e acontecimentos recentes.
O que você vai ler neste artigo:
Falta de acessibilidade nas escolas brasileiras
Apesar de garantido por lei, o direito à educação inclusiva ainda não é plenamente concretizado. No Brasil, muitas escolas não contam com infraestrutura física adequada para acolher pessoas com deficiência, como rampas, banheiros adaptados ou sinalização tátil.
Além disso, a acessibilidade vai além da estrutura. Ela exige também materiais didáticos adaptados, professores capacitados, recursos tecnológicos acessíveise intérpretes de Libras. Isso evidencia a necessidade urgente de planejamento e investimentos por parte do poder público.
Outro desafio é garantir permanência e aprendizagem de qualidade aos estudantes com deficiência. Sem o suporte necessário, muitos são empurrados à evasão e à exclusão silenciosa. Esse cenário seria útil para debater desigualdade, políticas públicas e direito à educação.
Efeitos sociais do vício em apostas
O crescimento das plataformas de apostas, especialmente online, tornou públicos os impactos negativos dessa prática. As chamadas "bets" são amplamente utilizadas, inclusive por adolescentes, e já geram transtornos de saúde mental e desequilíbrios financeiros em diversas famílias.
Entre 2018 e 2024, os atendimentos no SUS relacionados a "transtorno do jogo" aumentaram de 111 para mais de 1.200 casos. A gravidade do tema levou até mesmo à instalação de uma CPI no Congresso para investigar a influência econômica e criminal desses jogos.
A reflexão pode se ampliar ainda mais com discussões sobre ética na publicidade, o papel de influenciadores digitais, a regulação estatal das apostase a vulnerabilidade de públicos jovens. O envolvimento do Ministério da Saúde na pauta reforça sua relevância no contexto social atual.
Consequências do envelhecimento da população
Com base nos dados do IBGE, o Brasil está diante de uma transformação demográfica expressiva. Projeções indicam que em 2070, cerca de 37,8% da população será composta por idosos. Esse cenário exige reestruturação de políticas públicas e econômicas.
Passamos de uma pirâmide etária jovem para um perfil mais envelhecido. Isso implica novas demandas por infraestrutura urbana acessível, serviços de saúdeespecializados, previdência reformuladae programas de inclusão digital e socialpara pessoas idosas.
Uma redação sobre esse assunto permitiria discutir ainda preconceitos como o etarismo, e propor soluções para promover o chamado “envelhecimento ativo”. Também estimularia debates sobre intergeneracionalidadee o papel da terceira idade na sociedade.
Precarização do trabalho e informalidade
A informalidade no mercado de trabalho brasileiro compromete os direitos fundamentais de milhões de pessoas. Profissões como entregadores, motoristas de aplicativo e freelancers são exemplos de ocupações que crescem, mas não garantem segurança social.
Esses trabalhadores muitas vezes não têm direito a férias remuneradas, 13º salário, previdênciaou sequer seguro em caso de acidente. A flexibilização das leis trabalhistas e a expansão da economia digital favorecem a instabilidade e a precariedade.
Esse tema atende aos critérios já recorrentes no Enem: permite propor ações de políticas públicas, dialoga com valores constitucionaise questiona o papel do Estado em garantir inclusão e proteção social. Além disso, muitos jovens candidatos vivem essa realidade.
Desafios da segurança pública
A segurança pública brasileira enfrenta crises graves, marcadas por altos índices de violência, desigualdade no acesso à justiça e fragilidade institucional. Regiões periféricas costumam ser as mais afetadas, tanto pela violência quanto pela ausência de políticas eficazes.
Operações policiais truculentas, crescimento de facções criminosas e mortes em comunidades tornaram-se comuns no noticiário. Problemas como racismo institucional e a superlotação do sistema prisional também devem entrar na análise.
Uma proposta de redação com esse recorte pediria reflexões sobre políticas de prevenção, combate ao crime organizado, direitos humanose mediação de conflitos urbanos. Abordaria, ainda, a necessidade de ações articuladas entre União, Estados e municípios.
Transição energética e a economia verde
Com o Brasil como anfitrião da COP30, em 2025, o debate sobre transição energética e sustentabilidade ganhará ainda mais destaque. Trata-se de um caminho global de substituição progressiva de combustíveis fósseis por fontes renováveis.
O país, por sua biodiversidade e matriz energética relativamente limpa, tem papel estratégico nessa agenda. No entanto, enfrenta contradições como a insistência na exploração de petróleo, inclusive em áreas sensíveis da Amazônia.
Essa discussão envolve esforços para reduzir as emissões de carbono, fortalecer a bioeconomia, criar empregos verdes e combater o desmatamento. A redação pode exigir a construção de propostas viáveis para equilibrar desenvolvimento sustentável com justiça social e ambiental.
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