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O que fere os direitos humanos na redação do Enem 2025

Atualizado em

Respeitar os direitos humanos é uma exigência essencial na redação do Enem. Desde edições anteriores, o Inep tem reforçado esse critério, que pode impactar diretamente a nota do candidato.

A violação desse princípio é avaliada na Competência V da redação, que trata da elaboração de uma proposta de intervenção. Se a proposta ou argumentos ferirem os direitos humanos, a penalização pode ser severa, até zerando a competência.

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O que são direitos humanos na redação do Enem

No contexto do Exame Nacional do Ensino Médio, os direitos humanossão entendidos como um conjunto de garantias e princípios fundamentais previstos na Constituição Federal e em tratados internacionais. Eles incluem o respeito à dignidade, à igualdade, à liberdade e à diversidade cultural, religiosa, étnica e de gênero.

De acordo com a Cartilha de Redação do Enem 2025, o participante deve apresentar uma proposta de intervenção para o problema discutido, desde que respeite esses princípios. Ignorar ou desrespeitar esses valores compromete diretamente a nota final.

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Exemplos de violação aos direitos humanos

O Inep destacou na cartilha que determinadas ações e ideias serão sempre interpretadas como desrespeitosas aos direitos humanos. Veja os principais exemplos apontados:

  • Defesa de qualquer tipo de violência: elogiar ou sugerir tortura, penas cruéis, linchamentos e execuções à margem da lei é passível de penalização.
  • Incentivo a discursos de ódio: ataques a grupos sociais com base na etnia, gênero, religião, orientação sexual, entre outros, são considerados faltas graves.
  • Propostas de punição que anulam direitos: argumentar que uma pessoa deve perder seus próprios direitos devido a uma opinião, crime ou atitude, fere o princípio da dignidade humana.
  • Desvalorização de culturas e religiões: menosprezar manifestações culturais específicas, como religiões de matriz africana, configura desrespeito à diversidade.

Essas situações são avaliadas negativamente, pois confrontam diretamente o artigo 3º da Resolução nº 1/2012, que estabelece diretrizes para a educação em direitos humanos no Brasil.

Casos observados no Enem 2024

Com o tema sobre a valorização das comunidades afro-brasileiras e suas manifestações religiosas, o Enem 2024 revelou situações específicas de desrespeito:

  • Negar a liberdade religiosa dessas comunidades;
  • Associar religiões de matriz africana a práticas malignas;
  • Fazer comentários racistas, mesmo de forma indireta;
  • Reforçar a ideia de inferioridade das populações negras;
  • Sugerir que pessoas racistas deveriam ser punidas com a perda de seus próprios direitos.

Esses casos demonstram como um raciocínio mal formulado ou tendencioso pode anular o mérito de uma proposta que, em tese, pareceria coerente. Mesmo quando há intenção de justiça, propor medidas que reforcem injustiças sociais é contraditório e penalizável.

Como garantir o respeito aos direitos humanos

Para não correr riscos na Competência V, é fundamental observar alguns cuidados práticos na hora de elaborar seu texto:

  • Evite posições radicais: é possível defender um ponto de vista firme sem sugerir punições severas ou exclusão social.
  • Baseie sua argumentação nos direitos garantidos: usar a Constituição e estatutos oficiais como referência fortalece a plausibilidade do texto.
  • Assuma uma postura propositiva e inclusiva: apresentar soluções democráticas, respeitosas e coletivas é sempre bem-visto.
  • Tenha empatia ao escrever: considere o impacto das suas palavras nos grupos mencionados; a linguagem revela muito mais do que parece.

Mesmo que o tema da redação não seja diretamente ligado a direitos civis, a forma como você propõe melhorias e fundamenta suas ideias deve sempre respeitar os princípios da dignidade humana e da igualdade.

A importância da responsabilidade social na escrita

O Enem, ao avaliar a produção textual do candidato, também avalia sua capacidade de conviver em sociedade. Propor soluções viáveis e humanas para problemas coletivos é uma demonstração não só de competência linguística, mas também de maturidade e consciência cidadã.

Nesse sentido, trazer discursos preconceituosos, violentos ou de exclusão é incompatível com os objetivos da avaliação. Escrever com respeito, empatia e olhar crítico é, além de uma exigência técnica, uma atitude ética.

Ao seguir essas diretrizes, o candidato mostra preparo não só para o exame, mas para contribuir positivamente com a sociedade. O compromisso com os direitos humanos, portanto, deve estar presente do início ao fim do texto.

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