A escolha do tema de redação do Encceja 2025 — “Estratégias para enfrentar o vício em apostas na internet” — pode oferecer aprendizados valiosos para quem está se preparando para o Enem. Apesar dos exames terem focos diferentes, ambos avaliam competências similares.
Temas como esse revelam dinâmicas sociais complexas que podem cruzar os caminhos da prova do Enem. Mesmo que não se repita, pode servir como base crítica e repertório sociocultural para outras temáticas.
O que você vai ler neste artigo:
Relação entre Encceja e Enem na redação
Embora direcionados a públicos distintos, Encceja e Enem compartilham mais do que o formato dissertativo-argumentativo nas redações. Os dois exames são elaborados pelo Inep, utilizam a Teoria de Resposta ao Item (TRI) na correção e abordam temas que envolvem questões sociais brasileiras.
O exame do Enem exige um olhar atento sobre os desafios da sociedade, geralmente relacionados a fatores históricos, culturais, econômicos e de cidadania. Da mesma forma, o Encceja costuma propor reflexões com impacto direto no cotidiano dos brasileiros. O tema de 2025, ao tratar do vício em apostas online, exige do candidato análise crítica e propostas de intervenção social, exatamente como ocorre no Enem.
Treinar o pensamento argumentativo com base em temas atuais, como o do Encceja, eleva a capacidade de construção de repertório social, histórico e filosófico. Isso pode ser decisivo na redação do Enem, especialmente se o tema proposto envolver consequências sociais contemporâneas.
Vício em apostas como fenômeno social
A problemática escolhida para o Encceja 2025 não se restringe apenas ao campo da saúde mental. O vício em apostas na internet mobiliza uma rede de elementos que incluem cultura, exclusão social, desenvolvimento tecnológico e instabilidade econômica.
As plataformas online de apostas vêm se multiplicando com intensa publicidade, inclusive em eventos esportivos. Isso contribui para normalizar comportamentos de risco, especialmente entre os jovens. O problema se agrava diante de um cenário de desemprego e vulnerabilidade econômica, em que a busca por renda instantânea atrai pessoas a esse tipo de prática.
Além de uma questão econômica, há impactos diretos sobre a saúde psíquica dos usuários e sobre o convívio familiar. Muitos casos de endividamento, isolamento social e perda de produtividade estão sendo associados ao uso descontrolado dessas plataformas.
Um tema multiperspectivado nas provas
O Enem tem como característica avaliar a capacidade do estudante de compreender as múltiplas camadas de um mesmo problema. O vício em apostas, mesmo que não apareça como tema principal, pode surgir como um ótimo elemento de apoio em outras situações propostas no exame.
Exemplos de temas nos quais o repertório do tema do Encceja pode ser aproveitado incluem:
- Desigualdade social e instabilidade econômica: apostas como fuga ou alternativa de renda.
- Saúde mental: efeitos do vício em jovens e adultos.
- Exclusão digital e cidadania: acesso indiscriminado às plataformas e falta de regulação adequada.
- Responsabilidade social das empresas de tecnologia: limite entre publicidade e manipulação comportamental.
Esse tipo de análise permite que o candidato amplie sua argumentação com base em dados da realidade brasileira, construindo uma redação fundamentada e crítica.
Temas semelhantes já apareceram em vestibulares
A questão das apostas online não é inédita entre as provas de vestibular. A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) abordou recentemente “as apostas online no Brasil e suas implicações sociais”, enquanto a Unicamp, em 2025, solicitou um comunicado voltado aos pais sobre os riscos desses jogos entre crianças e adolescentes.
Esses exemplos reforçam a tendência dos vestibulares em escolher temas que reflitam preocupações sociais emergentes e que envolvam o uso de tecnologia, saúde mental e cidadania — um conjunto de temas recorrentes também na prova do Enem.
Portanto, analisar a proposta do Encceja como se fosse uma simulação do Enem é uma estratégia válida para desenvolver pensamento crítico e habilidades argumentativas. Essa preparação contribui diretamente para a redação do Enem e amplia a compreensão sobre problemas que, embora distintos em aparência, compartilham raízes sociais profundas.
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