O filme “Up: Altas Aventuras” ganhou destaque na redação do Enem 2025 pelo modo sensível com que retrata o envelhecimento. A trama acompanha Carl Fredricksen, um viúvo de 78 anos que embarca em uma jornada inesperada para cumprir uma promessa feita à esposa falecida.Durante a viagem, Carl convive com o jovem escoteiro Russell e vive experiências que o ajudam a ressignificar a terceira idade. A narrativa destaca temas como amizade entre gerações, memórias, perdas emocionais e a força da renovação pessoal.
O que você vai ler neste artigo:
Envelhecimento e isolamento social
Na primeira parte do filme, Carl é mostrado como um senhor recluso, apegado ao passado e à casa onde viveu com sua esposa Ellie. Após a morte dela, ele permanece isolado, recusando-se a mudar mesmo diante da pressão da sociedade e do avanço urbano.Esse retrato simbólico evidencia o sentimento de inadequação frequentemente vivido por idosos em uma cultura que tende a valorizar a juventude. No Brasil, dados do IBGE revelam que cerca de 19% dos idosos moram sozinhos, o que amplia os efeitos do isolamento social e pode levar à depressão ou à perda da autonomia.A decisão de Carl de viajar com sua casa amarrada a balões representa o desejo de preservar memórias, mas também sinaliza sua abertura para um novo começo. A metáfora visual reforça a delicada transição entre apego e libertação emocional.
A relação intergeracional: Carl e Russell
Ao longo da aventura, a convivência forçada com o garoto escoteiro Russell transforma a jornada. Inicialmente impaciente com a presença da criança, Carl passa a entendê-lo melhor e cria com ele um vínculo sincero. A amizade entre eles se torna essencial para o amadurecimento emocional de ambos.Essa interação interpessoal entre um idoso e um jovem representa a importância dos laços entre gerações. A experiência de Carl oferece acolhimento e aprendizado ao menino, enquanto Russell traz energia e novas perspectivas ao velho senhor.No contexto da redação do Enem, esse aspecto do filme pode ser usado para discutir programas de convivência intergeracional no Brasil, como projetos sociais e voluntários em que jovens passam tempo com idosos, contribuindo para o bem-estar emocional de ambos.
A superação da perda e o recomeço
Um dos pontos-chave da narrativa é o modo como Carl aprende a lidar com o luto e a importância de seguir em frente. Ao longo do filme, ele percebe que as lembranças com Ellie são valiosas, mas que elas não precisam impedir a construção de novos vínculos e experiências.O desfecho ocorre quando Carl literalmente solta parte de sua casa, reduzindo o peso que carrega. Esse ato simboliza o desapego necessário para viver o presente. Ao invés de se apegar apenas ao passado, ele passa a valorizar sua nova realidade, incluindo a companhia de Russell, do cão Dug e até da ave Kevin.A ideia de que a velhice deve ser sinônimo de encerramento é desconstruída no filme. Em oposição, o longa propõe que novos ciclos podem ser iniciados a qualquer momento da vida.
Representação da velhice e crítica social
“Up: Altas Aventuras” também traz uma leitura crítica sobre como a sociedade trata o idoso. Carl é constantemente visto como incapaz ou inconveniente por instituições e vizinhos, o que reflete o etarismo — forma de preconceito baseada na idade.Além disso, o vilão do filme, Charles Muntz, é outro idoso que desenvolveu um comportamento obsessivo. Sua figura representa o risco de isolamento emocional extremo e da ausência de propósito, contrastando com a jornada transformadora de Carl.Essa abordagem mostra que o envelhecimento não é uma experiência única: enquanto uns encontram sentido e conexão, outros podem cair em armadilhas emocionais. O filme sugere que o apoio social, os afetos e a capacidade de se reinventar fazem toda a diferença nessa fase da vida.
Caminhos para a reflexão e repertório cultural
O uso de “Up: Altas Aventuras” como repertório na redação do Enem foi pertinente porque a narrativa oferece elementos simbólicos e concretos para refletir sobre o processo de envelhecer. O protagonismo de um idoso em uma animação de sucesso também rompe estereótipos comuns em obras audiovisuais, abrindo espaço para maior representatividade.Em produções culturais, obras como essa ajudam a promover empatia, ao mostrar os desafios, as dores e as alegrias do envelhecimento. O longa da Pixar, portanto, vai além do entretenimento: dialoga com questões sociais importantes e estimula um olhar mais humano sobre a velhice.
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