Temas da redação Fuvest 2025 para treinar

A Fuvest, responsável pelo vestibular da USP, testou em abril um novo formato de redação. Os alunos tiveram que produzir uma dissertação e uma crônica a partir de um eixo temático comum, envolvendo comunicação e emoção.

Essa mudança sinaliza o que deve ser cobrado nos próximos exames e permite que candidatos ajustem suas estratégias de preparação a partir do novo modelo proposto.

Dissertação: Emoções e a comunicação

O primeiro tema apresentado no simulado foi: “As emoções e sua interferência no processo de comunicação”. A proposta exigia que o candidato redigisse uma dissertação argumentativa, organizada em introdução, desenvolvimento e conclusão, com foco no impacto dos sentimentos no ato de comunicar.

O que considerar ao escrever

  • Na introdução, espera-se que o candidato apresente uma tese clara sobre como as emoções afetam a comunicação interpessoal ou midiática.
  • O repertório deve ser construído com base em argumentos bem fundamentados, referências socioculturais e análise de textos de apoio.
  • No desenvolvimento, o ideal é alternar entre argumentos favoráveis à tese e possíveis contrapontos, mostrando domínio crítico do tema.
  • Já na conclusão, recomenda-se recapitular os pontos apresentados e sugerir uma conclusão discursiva, que aponte caminhos ou reflexões.

Textos de apoio relevantes

Seis textos foram disponibilizados no simulado como ponto de partida para os candidatos. Entre eles:

  • Trecho da filósofa e tradutora Marta Rébon sobre o impacto emocional da literatura;
  • Citação de Martin Heidegger, discutindo a linguagem como essência do ser e não mero instrumento;
  • Pinturas simbólicas como “O grito”, de Edvard Munch, e “Room in New York”, de Edward Hopper.

Esses materiais estimularam reflexões sobre a forma como a arte, a filosofia e o cotidiano influenciam nossa maneira de expressar e interpretar emoções.

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Crônica: Episódio de comunicação emocional

O segundo tipo textual sugerido foi a crônica. Os participantes deveriam narrar um episódio de comunicação emotiva, podendo optar entre os dois principais subgêneros da crônica: a literária ou a argumentativa.

Diferenças entre os tipos

  • A crônica literária trabalha com situações do cotidiano, explorando o ambiente, as emoções e personagens sem grandes elaborações narrativas.
  • Já a crônica argumentativa parte de um pequeno episódio narrado ou observado para refletir criticamente sobre uma questão maior.

Nesse modelo, criatividade, domínio da linguagem e sensibilidade na construção do texto ganham maior relevância. Ainda assim, o respeito à estrutura típica da crônica e à clareza comunicativa permanece essencial.

Sugestões para desenvolver a crônica

  • Escolher um episódio real ou fictício e colocá-lo em foco, sem precisar de reviravoltas ou clímax exagerados.
  • Trabalhar com as emoções dos personagens, usando descrições breves, mas impactantes.
  • Criar uma ambientação reconhecível pelo leitor, contribuindo para o envolvimento emocional com a situação narrada.
  • Aproximar-se do leitor com uma linguagem simples, fluida e eventualmente poética.

Utilização estratégica dos textos de apoio

Um diferencial do novo modelo da Fuvest foi oferecer os mesmos textos de apoio para os dois tipos de proposta. Isso evidencia a valorização da leitura crítica e da capacidade de interligar diferentes gêneros a partir de um mesmo eixo temático.

Os estudantes puderam conectar imagens visuais à linguagem verbal, além de confrontar análises filosóficas com percepções narrativas do cotidiano. Essa prática exige:

  • Interpretação apurada das imagens e dos trechos;
  • Capacidade de adaptação de citações a contextos diversos;
  • Organização textual coesa e integrada.

Como se preparar com base nesse modelo

A inserção de dois gêneros distintos e textos de apoio comuns demanda um exercício de versatilidade textual por parte dos candidatos. Veja sugestões práticas:

  • Treinar dissertações e crônicas com base nos mesmos textos para estimular múltiplas abordagens;
  • Praticar leitura crítica de obras visuais e literárias com forte apelo emocional;
  • Fazer exercícios de síntese e reescrita com diferentes gêneros textuais sobre o mesmo tema;
  • Estudar os elementos estruturais e linguísticos da crônica e da dissertação.

Esse novo formato evidencia a busca da Fuvest por candidatos com domínio técnico e reflexivo da comunicação escrita, além de sensibilidade para temas contemporâneos ligados às emoções humanas.

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