O tema da redação do Enem 2025 abordou o envelhecimento na sociedade brasileira, incentivando os participantes a refletirem sobre perspectivas e desafios dessa fase da vida. Como de costume, a proposta foi acompanhada de uma coletânea de textos motivadores que conduziu a argumentação dos candidatos.A seleção dos materiais trouxe dados estatísticos, abordagens artísticas e sociais, além de críticas a estereótipos. A seguir, veja quais foram os textos motivadores utilizados na prova e como eles contribuíram para a elaboração da dissertação.
O que você vai ler neste artigo:
Censo 2022: o ponto de partida demográfico
O primeiro texto da coletânea apresentou dados do Censo Demográfico de 2022, que destacam o envelhecimento da população brasileira. O material evidenciou o aumento da faixa etária com 65 anos ou mais, bem como a diminuição representativa da população jovem, de até 14 anos.Esse conteúdo introduziu a relevância do debate, mostrando que o Brasil está em processo de transição demográfica. A leitura dos dados serviu como base para discutir a necessidade de adaptações sociais, econômicas e estruturais diante do avanço na idade média da população.
Estereótipos visuais: o pictograma do idoso
O segundo material apresentou imagens e discussões em torno do pictograma tradicional de idoso — uma figura curvada com bengala — contrapondo-o a representações mais dinâmicas. Esse trecho abriu espaço para que os candidatos abordassem a construção social da velhice e a necessidade de uma atualização simbólica.A crítica ao símbolo tradicional foi um convite à desconstrução de imagens que reforçam ideias de fragilidade ou inatividade. Assim, os estudantes puderam refletir sobre como a comunicação visual reforça paradigmas ultrapassados e impacta a percepção coletiva sobre o envelhecimento.
Vozes da experiência: Rita Lee e Fernanda Montenegro
O terceiro texto reuniu falas de duas grandes personalidades brasileiras: a cantora Rita Lee, falecida em 2023, e a atriz Fernanda Montenegro. Ambas reivindicaram o reconhecimento de idosos como indivíduos ativos, capazes de produzir, criar e resistir aos preconceitos.Esse depoimento trouxe o peso da vivência e impulsionou análises mais subjetivas, como a importância da autonomia, da autoestima e da valorização da terceira idade no meio artístico e na sociedade em geral. As frases também estimularam reflexões sobre o papel das mulheres idosas.
Economia doméstica: o gráfico do provedor idoso
Um gráfico ocupou o quarto espaço da coletânea, exibindo dados que revelam que muitos idosos são os principais provedores financeiros de suas famílias. A presença de informações quantitativas permitiu a discussão da desigualdade socioeconômica e a questão da aposentadoria.Além disso, expôs um contexto no qual envelhecer e trabalhar tornam-se condições sobrepostas. A leitura crítica poderia se concentrar tanto na resiliência dessa população quanto na ausência de políticas públicas eficazes que garantam o bem-estar financeiro na velhice.
A narrativa invisibilizada: Clarice Lispector
A quinta inserção trouxe um fragmento da obra “Onde estivestes de noite”, da escritora Clarice Lispector. Nele, a personagem — uma mulher de 77 anos — manifesta sentimentos de inutilidade, revelando a forma como a sociedade marginaliza a existência dos mais velhos.Esse trecho abriu espaço para explorar preconceitos sociais, impactos emocionais do envelhecimento e as influências da solidão e da baixa autoestima. Foi, portanto, um material sensível que poderia ser conectado à saúde mental e ao sentido de pertencimento.
Documentário “Quantos dias. Quantas noites”
Finalizando a coletânea, o sexto texto se baseou em uma matéria sobre o documentário “Quantos dias. Quantas noites”, com foco na desigualdade de acesso à longevidade. O material discutiu como fatores como raça e classe social impactam diretamente na possibilidade de envelhecer com dignidade.Essa abordagem ampliou a redação para uma crítica mais social e estruturante, evidenciando que o envelhecimento saudável ainda é um privilégio seletivo no Brasil. Essa provocação indicou caminhos para pensar em justiça social, racismo estrutural e políticas de equidade.
Considerações sobre a coletânea
Os textos se complementaram ao criar uma rede de referências históricas, emocionais, estatísticas e culturais. A variedade de abordagens viabilizou múltiplos recortes para a dissertação, enquanto apontava caminhos argumentativos seguros, desde os mais subjetivos até os baseados em dados.A construção do tema permitiu que o estudante mobilizasse diversos conhecimentos de mundo, promovendo reflexões sobre qualidade de vida, políticas públicas, representações sociais e desafios geracionais.
Leia também:
- 10 citações para enriquecer sua redação
- 10 dicas para caligrafia na redação do Enem
- 15 Citações de Freud para sua redação nota 1000 no Enem
- 4 dicas de quem tirou nota mil na redação do Enem
- 6 dicas para redações nota 1000 no Enem
- 6 erros que tiram pontos na conclusão da redação do Enem
- 6 possíveis temas de redação para o Enem 2025
- 9 filmes para enriquecer sua redação do Enem 2025