Após denúncias de vazamento no Enem 2025, o Inep confirmou que não haverá novas anulações. A medida segue o cancelamento prévio de três questões identificadas como comprometidas.
Mesmo diante de novas suspeitas envolvendo questões similares às divulgadas por um mentor educacional, o órgão manteve sua posição, alegando ausência de prejuízo à lisura do exame.
O que você vai ler neste artigo:
A polêmica sobre suposto vazamento
O caso ganhou repercussão após a divulgação de vídeos e mensagens de Edcley Teixeira, conhecido por vender preparações para vestibulares, que antecipou o conteúdo de algumas questões antes da prova. Estudantes notaram a semelhança entre as apostas feitas por ele e itens presentes na avaliação. Em entrevista ao programa Fantástico, Edcley admitiu ter tido acesso às perguntas por meio da prova do Prêmio CAPES Talento Universitário, considerada um banco de pré-testes do Enem.
As denúncias resultaram na anulação de três itens por parte do Inep, que concluiu haver comprometimento da integridade dessas questões. Foram elas:
- Fotossíntese (questão 123 da prova azul),
- Grito (questão 132 da prova azul),
- Parcelamento de R$ 60 mil (questão 174 da prova azul).
Essas questões também aparecem com numerações diferentes nas demais cores da prova — amarela, cinza e verde.
Questionamentos sobre mais duas questões
Mesmo com o cancelamento das três perguntas, surgiram novas inquietações sobre dois outros itens do caderno de Matemática. As questões apontadas tratam de:
- Solução com concentração de 99,90%(questão 137 da prova amarela),
- Probabilidade em lançamento de dados(questão 169 da prova amarela).
Essas duas questões, segundo o G1, foram divulgadas meses antes da aplicação do exame pelo mesmo mentor, em grupos de estudos. No entanto, o Inep decidiu não anulá-las.
Justificativa do Inep
De acordo com comunicado oficial do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, a decisão de manter as duas questões foi embasada em avaliação técnica. O órgão alegou que uma eventual “memorização aleatória e parcial”, considerando o grande volume de questões pré-testadas ao longo dos anos, não compromete a isonomia e validade estatística do processo avaliativo.
Ainda segundo o Inep, a integridade do exame permanece garantida, visto que essas questões não foram totalmente reproduzidas nem antecipadas com precisão no material analisado.
Repercussão entre candidatos e especialistas
A reação entre estudantes foi mista. Enquanto parte dos candidatos teme a possibilidade de benefício indevido entre alguns concorrentes, outros apoiam a decisão do Inep devido à complexidade de anular questões em massa e o impacto que isso causaria na nota final. Educadores também divergem: alguns apontam falhas na segurança dos bancos de dados usados em pré-testes, enquanto outros defendem que o padrão do Enem, baseado na Teoria de Resposta ao Item (TRI), dificulta fraudes sistemáticas eficazes.
Com essas decisões, o Inep reforça que não vê motivos técnicos ou jurídicos para novas anulações. O gabarito oficial segue inalterado, e a correção das provas acontecerá normalmente com base nas questões mantidas. Essas diretrizes devem orientar os recursos oficiais e a divulgação das notas.
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