A lista de leituras obrigatórias da Fuvest 2026 tem atraído atenção especial ao incluir obras que promovem debates profundos e necessários sobre temas sociais no Brasil. Entre elas, “Canção para ninar menino grande”, da renomada escritora Conceição Evaristo, destaca-se por abordar temas como racismo estrutural, violência de gênero e exploração do trabalho doméstico. Estas questões permanecem relevantes em um país marcado por desigualdades históricas e sociais.
O romance acompanha a trajetória de Maria, uma empregada doméstica negra que enfrenta a exploração no ambiente de trabalho e em um relacionamento abusivo. Com narrativa forte e emocional, a escritora introduz o conceito de escrevivência, conectando o leitor a experiências reais e ressaltando a resistência das mulheres negras diante de um sistema opressor. Essa escolha reforça o compromisso da Fuvest com uma formação crítica e transformadora.
O que você vai ler neste artigo:
A importância de “Canção para ninar menino grande” na sociedade brasileira
Denúncia do racismo estrutural
O racismo estrutural é explorado através da marginalização vivida por Maria desde a infância até a vida adulta. Essa narrativa ilustra como traumas individuais e coletivos são consequência do preconceito incrustado nas estruturas sociais, colocando a obra na interseção entre literatura e denúncia social.
Representatividade nas leituras obrigatórias
Ao incluir Conceição Evaristo, a Fuvest promove a representatividade de autores afro-brasileiros. Isso não apenas expande o repertório cultural dos candidatos ao vestibular, mas também incentiva a reflexão sobre narrativas que antes eram excluídas de currículos tradicionais.
Escrita e resistência: um elo transformador
O conceito de escrevivência cria uma ponte entre a literatura e a realidade, tornando os relatos literários um instrumento de luta e resistência. Ao transformar vivências reais em objetos literários, Conceição Evaristo oferece novas lentes para interpretar situações historicamente naturalizadas.
Reflexos na educação
A inclusão do livro na Fuvest evidencia uma mudança na educação nacional, reconhecendo a literatura como uma ferramenta de transformação social. Além de promover debates, obras como essa ajudam a construir um olhar mais empático e sensível à diversidade cultural do Brasil.
Essa escolha reflete a urgência de preparar novas gerações para enfrentarem desigualdades e, ao mesmo tempo, valorizar as vozes que ecoam histórias de resiliência e superação em meio à adversidade.
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