O primeiro dia do Enem 2025 trouxe uma prova alinhada à proposta interdisciplinar do exame. Professores ouvidos destacaram o equilíbrio entre temas atuais e a valorização do pensamento crítico na construção das questões.Além disso, foi consenso entre os especialistas que a leitura atenta e a capacidade de interpretação profunda foram aliadas fundamentais para um bom desempenho. Aspectos como diversidade e reflexões sociais se mantiveram como marca da avaliação.
O que você vai ler neste artigo:
Abordagem interdisciplinar se consolida
A prova de 2025 manteve o tom característico do Enem nos últimos anos. As questões priorizaram conteúdos conectados entre si, promovendo o diálogo entre disciplinas. Temas variados, como desigualdade social, meio ambiente e comportamento, foram articulados com diferentes áreas do conhecimento.Essa estratégia vai além da cobrança de conteúdos isolados e reforça o perfil reflexivo do exame. As perguntas exigiram o uso de competências como interpretação textual, análise de gráficos e domínio de repertórios socioculturais, exigindo não apenas conhecimento, mas também compreensão crítica do contexto.
Linguagens: identidade e diversidade em foco
A prova de Linguagens destacou-se pela qualidade técnica e variedade de gêneros textuais. Os candidatos enfrentaram textos com diferentes linguagens — de poemas e crônicas a verbetes e textos visuais — o que demandou leituras múltiplas e sensíveis.Na parte literária, prevaleceram obras contemporâneas, com ausência de autores tradicionais como Machado de Assis ou Carlos Drummond. Mesmo assim, o enfoque na identidade, corpo e representatividade cumpriu a proposta de atualização. A interpretação aplicada a contextos reais foi o principal critério avaliado, reiterando o afastamento do modelo puramente conteudista.
Língua estrangeira: contexto antes da gramática
Tanto em inglês quanto em espanhol, o foco esteve na compreensão de textos e contextos. As questões evitaram o uso direto de regras gramaticais, optando por abordar situações culturais e comportamentais. No exame de inglês, por exemplo, destacaram-se temas como comportamento geracional, identidade e natureza.Já o espanhol trouxe discussões sobre heranças coloniais, línguas indígenas e autores hispânicos. O domínio do idioma foi avaliado não pela tradução literal, mas pela capacidade de ler nas entrelinhas e interpretar pontos de vista refletidos nos textos.
Geografia: atualidade e repercussões ambientais
A Geografia seguiu o tom atual do restante da avaliação. O conteúdo exigido explorou tanto o cenário nacional quanto o internacional. Entre as temáticas destacadas, os impactos ambientais causados pela mineração e pela agricultura ocuparam espaço relevante.Também apareceram tópicos como urbanização, nacionalismo e conservação do patrimônio. A mudança do nome da Macedônia para Macedônia do Norte e seus desdobramentos políticos internacionais foi foco de uma das questões, exigindo atenção ao noticiário.
História: protagonismo e diversidade histórica
A prova de História reafirmou uma perspectiva mais humanizada e plural da disciplina. O exame centrou-se em grupos historicamente marginalizados, como indígenas, negros e mulheres, articulando-os a discussões sobre cultura, política e religião.Destaque para uma questão que comparava passagens do Alcorão e da Bíblia, questionando a relação entre ciência e fé, e outra que tratava de preconceito religioso — especialmente contra religiões de matriz africana. Mais do que datas ou eventos isolados, o Enem fez valer a leitura contextualizada da história.
A análise geral feita pelos educadores mostra que o Enem 2025 manteve seu perfil tradicional: prova acessível, porém exigente em raciocínio, interpretação e leitura crítica. A abordagem interdisciplinar e o foco em temas sociais atuais confirmam o objetivo de avaliar competências mais amplas do que o simples domínio de conteúdo.
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