Saiba qual foi o ano recorde de inscritos no Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já atraiu milhões de estudantes e adultos em busca de uma vaga na universidade ou da certificação do ensino médio. Houve anos em que o número de inscritos disparou, refletindo avanços em políticas públicas.

Entre altos e baixos, o recorde absoluto de participantes confirmados foi registrado na década passada, em meio à expansão dos programas de acesso ao ensino superior e certames abertos a novos perfis de candidatos.

Ano com maior número de inscritos

Em 2014, o Enem alcançou a marca histórica de 8,8 milhões de inscritos confirmados, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Esse número posiciona o exame daquele ano como o mais procurado desde 2009, quando se iniciou a medição da nova série histórica.

Esse crescimento coincidiu com a ampliação do uso da nota do Enem em políticas públicas como o Sisu, o Prouni e o Fies, permitindo maior acesso ao ensino superior. Além disso, até 2016, o Enem também serviu como exame de certificação do ensino médio.

O segundo maior número de inscritos foi registrado em 2016, com 8,7 milhões de confirmações. A manutenção da certificação pelo Enem nesse período ainda impulsionava a procura por parte de jovens e adultos que viam a prova como uma oportunidade de retomada dos estudos.

A partir de 2017, o MEC transferiu oficialmente a função de certificação para o Encceja, provocando uma queda significativa na quantidade de inscritos nos anos seguintes.

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Impacto das mudanças nos programas e no perfil dos candidatos

As mudanças estruturais nos programas ligados ao Enem explicam parte do vaivém na demanda pelo exame. Nos anos em que o Enem dava acesso direto às universidades e ainda servia como conclusão dos estudos, mais perfis buscavam se inscrever.

O contexto econômico também influenciou. Até 2014, o crescimento do país permitia políticas públicas de maior alcance na educação. Já a instabilidade econômica iniciada em 2014 e agravada nos anos seguintes contribuiu para o recuo na quantidade de inscrições, com impactos diretos sobre jovens da rede pública, que enfrentavam dificuldades estruturais maiores.

Outro fator decisivo foi a pandemia de Covid-19. Em 2020, o Enem enfrentou altas taxas de abstenção, mesmo com 5,7 milhões de inscritos. A aplicação presencial da prova, em janeiro de 2021, sem vacinação ampla, levou muitos estudantes a desistirem de comparecer, e a taxa de faltas atingiu 55,3%.

Enem volta a certificar ensino médio em 2025

Uma novidade anunciada recentemente promete reverter a tendência de queda: a retomada da função certificadora do Enem para quem tem 18 anos ou mais. A partir da edição de 2025, os participantes poderão novamente obter o certificado de conclusão do ensino médio por meio das notas da prova.

Essa medida pode atrair um público adicional, principalmente adultos que não concluíram os estudos na idade esperada e buscam oportunidades no mercado de trabalho ou na educação superior. O retorno da função de certificação reacende o uso do Enem como ponte para a continuidade da formação educacional.

Assim, desde políticas públicas de acesso até alterações nos objetivos do exame, diversos fatores explicam as oscilações no número de inscritos ao longo dos anos.

Ano de menor adesão

O ponto mais baixo do Enem em termos de inscritos confirmados ocorreu em 2022, com apenas 3,5 milhões de confirmações. Esse número representa menos da metade do pico de 2014 e reflete uma combinação de fatores: pandemia, descrédito no exame, falta de estímulo à permanência na escola e ausência de incentivos como a certificação.

Além disso, o afastamento da educação durante o ensino remoto agravou desigualdades sociais. Estudantes da rede pública, com acesso limitado à internet e recursos de estudo, foram os mais prejudicados nesse período.

Entre 2017 e 2022, a perda de alcance do exame foi gradual e constante. Sem a função de certificação e diante do cenário econômico e sanitário adverso, o Enem perdeu apelo junto a parte significativa da população estudantil.

Com 2025 marcando uma nova tentativa de valorização do exame, as expectativas agora voltam-se ao comportamento das inscrições nas próximas edições, com a possibilidade de retorno a patamares mais elevados.

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