Quem criou o Fies? conheça a história do programa

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é uma iniciativa crucial para democratizar o acesso ao ensino superior no Brasil, especialmente entre estudantes de baixa renda. Criado em 1999, durante o mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o programa surgiu como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ele substituiu o Programa de Crédito Educativo (Creduc), que estava em vigor desde 1975, no governo de Ernesto Geisel, estabelecendo uma nova base para o financiamento estudantil.

Ao longo dos anos, o Fies passou por diversas mudanças significativas para melhorar sua acessibilidade e atratividade. Desde a adoção do Enem como critério de seleção em 2010 até as modificações em sua taxa de juros e a recente criação do Fies Social, o programa vem se adaptando às necessidades de estudantes e aos contextos econômicos do país. A seguir, conheça mais sobre sua trajetória e impacto.

Origem e primeiros anos do Fies

O Fies nasceu para expandir as possibilidades educacionais, atendendo estudantes em dificuldade financeira que desejavam ingressar em faculdades privadas. Em sua versão inicial, o pagamento do financiamento não podia exceder o tempo de duração do curso, o que limitava um pouco sua flexibilidade. Contudo, já no ano 2000, o programa registrou avanços, incluindo a informatização do processo seletivo, que facilitou a inscrição de candidatos em todo o país.

Substituição do Creduc pelo Fies

Antes do Fies, o Creduc funcionava com princípios semelhantes, porém com algumas limitações de alcance e eficiência. A transição para o novo programa visava aprimorar as condições de financiamento, alcançando mais estudantes e incorporando novas ferramentas digitais que modernizaram o processo.

Expansão do programa nos anos 2000

Durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Fies sofreu reformas decisivas. A partir de 2010, o programa estabeleceu critérios como a vinculação ao Enem, reduziu taxas de juros, que antes poderiam atingir 9%, e ampliou o tempo de pagamento. Além disso, as condições para candidatos de famílias com baixa renda ganharam maior flexibilidade, eliminando a necessidade de fiador e zerando os juros para algumas categorias.

Modernização e novas diretrizes

Com o passar dos anos, o Fies continuou a evoluir. Em 2018, houve a definição de um teto de renda mensal bruta de até três salários mínimos como pré-requisito, ajustando o perfil dos beneficiários. Já em 2021, a renegociação de dívidas foi destaque, com o governo perdoando até 92% dos valores devidos por estudantes de baixa renda.

Ainda mais recentemente, a introdução do Fies Social, em 2024, ampliou o alcance do programa ao oferecer financiamento de até 100% para estudantes inscritos no CadÚnico, cujo grupo familiar possui renda per capita de até meio salário-mínimo.

Principais mudanças na história do Fies:

  • 1999: Criação no governo de Fernando Henrique Cardoso como substituto do Creduc.
  • 2000: Processo seletivo passa a ser feito online.
  • 2010: Reformulação no governo de Lula, com vinculação ao Enem, juros reduzidos (3,4%), ampliação de tempo para pagamento e novas políticas de inclusão.
  • 2018: Estabelecimento de um teto de renda de até três salários mínimos por pessoa.
  • 2024: Lançamento do Fies Social, com condições mais favoráveis para estudantes em extrema vulnerabilidade.

Impacto no acesso ao ensino superior

Desde sua criação, o programa é responsável por transformar a realidade de milhões de estudantes, possibilitando o ingresso em instituições privadas que antes eram financeiramente inacessíveis para muitos. Dados mostram que, em 2000, apenas nos primeiros 18 meses, mais de 102 mil estudantes de baixa renda iniciaram sua trajetória no ensino superior graças ao Fies.

Com o passar das décadas, o programa segue se adaptando às demandas da sociedade e ao cenário econômico. Ele representa, de fato, uma iniciativa crucial para garantir uma educação mais inclusiva e igualitária em território brasileiro.

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