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Por que o vestibular da Unesp ficará mais parecido com o Enem

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A partir de 2026, o vestibular da Unesp passará por mudanças que aproximam seu modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A principal delas está no aumento de questões interdisciplinares, que utilizam conhecimentos de diferentes áreas do saber em uma mesma pergunta.

Essa transformação busca tornar a prova mais alinhada à proposta do Ensino Médio atual, que valoriza a integração entre disciplinas e o raciocínio lógico em lugar da simples memorização.

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O que realmente muda na prova da Unesp?

Desde 2019, a Unesp já vinha incluindo questões interdisciplinares no exame de forma pontual — representando cerca de 20% do total da prova da primeira fase. Estatisticamente, eram por volta de 18 perguntas com essa característica entre as 90 totais da etapa inicial.

Agora, a universidade ampliará de forma significativa esse número a partir do vestibular 2026. A proposta é que boa parte das questões passe a exigir do candidato a articulação entre conteúdos distintos, como combinar química e geografia, ou interpretar uma situação em que é necessário recorrer a conceitos de biologia e matemática.

Essa abordagem promove uma análise mais ampla e crítica dos dados apresentados, muito semelhante ao modelo adotado nas provas do Enem, em que o raciocínio integrado costuma ser mais relevante do que conhecimentos compartimentados por matéria.

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Motivações por trás da mudança

A decisão de fortalecer o teor interdisciplinar da prova não surgiu apenas de uma tendência pedagógica, mas reflete também uma tentativa de manter a coerência com o novo currículo do Ensino Médio brasileiro, especialmente a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que valoriza a construção de conhecimento de forma conectada.

Segundo Maysa Furlan, reitora da Unesp, os resultados das edições anteriores, desde a inclusão experimental das questões interdisciplinares, têm sido positivos tanto em relação ao desempenho dos candidatos quanto na qualidade do processo seletivo. Já Renato Eugênio da Silva Diniz, superintendente da Fundação Vunesp, destaca que esse modelo favorece uma visão mais integrada e significativa das áreas do conhecimento, algo valorizado pelas escolas e pelos alunos.

A Unesp será como o Enem?

Apesar das semelhanças estruturais, o vestibular da Unesp manterá características próprias. A prova continuará sendo dividida em duas fases, com perguntas objetivas na primeira parte e discursivas, além da redação, na segunda etapa.

A principal aproximação com o Enem se dará na forma como as perguntas serão elaboradas e cobradas: mais contextualizadas, com situações-problema do cotidiano e exigindo interpretação crítica. Isso significa que um mesmo enunciado poderá envolver diferentes saberes, como história e atualidades, ou ciências da natureza com matemática.

Portanto, embora não se trate de um “mini Enem”, como brincam alguns estudantes, a nova prova da Unesp caminha para um formato mais reflexivo e menos baseado em fórmulas prontas.

Quando começa a valer e como se preparar

A nova abordagem começa a valer já no processo seletivo de 2026. A primeira fase está marcada para 2 de novembro de 2025, com aplicação em 35 cidades brasileiras. O calendário completo também foi divulgado:

  • Inscrições:4 de setembro a 8 de outubro de 2025
  • 1ª Fase:2 de novembro de 2025
  • 2ª Fase:7 e 8 de dezembro de 2025
  • Resultado final:30 de janeiro de 2026

Diante dessas mudanças, os candidatos precisarão adaptar suas estratégias de estudo, priorizando uma preparação que estimule a leitura crítica, a análise de texto e a conexão de ideias entre disciplinas diferentes.

O impacto para candidatos e escolas

A ampliação do caráter interdisciplinar no vestibular deve trazer impactos diretos não só para os candidatos, mas também para os métodos de ensino utilizados nas escolas. Com a Unesp adotando esse modelo mais próximo do Enem, as escolas provavelmente investirão mais em projetos integradores, debates e atividades que promovam a multiconexão entre os saberes.

Para os estudantes, o impacto mais imediato será a necessidade de compreender como diferentes áreas do conhecimento dialogam entre si. Um exemplo já comum no Enem — e que tende a aparecer com mais frequência na Unesp — são questões sobre problemas ambientais que envolvem conceitos de geografia física, biologia e química ao mesmo tempo.

Essa mudança convida os vestibulandos a saírem de uma lógica fragmentada de estudos e a desenvolverem competências que vão além do conteúdo, como argumentação, interpretação ampla e resolução de problemas reais.

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