Mudanças no Sisu 2026 e seu impacto no Enem 2025

A decisão do MEC de permitir o uso das três últimas edições do Enem no Sisu 2026 amplia as possibilidades de ingresso no ensino superior público. Estudantes poderão utilizar a melhor nota obtida entre 2023, 2024 e 2025, o que potencializa suas chances de aprovação.No entanto, a novidade também incorpora maior competitividade ao processo seletivo. Recém-formados terão que disputar vagas com candidatos experientes, que já conhecem o formato da prova e acumulam bons resultados anteriores.

Mais flexibilidade, mais pressão

Com a mudança, o Sisu adota um novo modelo de seleção que funciona como um “banco de notas”, conforme explicado por Antunes Rafael, do Colégio Oficina do Estudante. Essa abordagem oferece mais opções de escolha ao candidato e reduz a pressão momentânea do exame, já que um bom desempenho em edições passadas ganha maior longevidade.A proposta também contempla um espectro mais inclusivo dos concorrentes, ao valorizar os esforços acumulados ao longo dos anos. Ainda assim, a decisão traz desafios importantes: recém-formados, que fariam o Enem pela primeira vez em 2025, enfrentarão adversários mais experientes, o que intensifica o grau de preparação exigido.Especialistas alertam que será necessário repensar estratégias de estudo com foco no longo prazo, e que a disputa pode se mostrar desigual, sobretudo em cursos onde as notas de corte são tradicionalmente mais altas.

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Concorrência acentuada nos cursos mais disputados

A nova política deve impactar diretamente a seleção para cursos como Medicina, Direito, Engenharias e outros historicamente concorridos. Segundo Ademar Celedônio, do SAS Educação, o “topo da curva vai subir”, tornando a nota de corte ainda mais elevada.Esse cenário favorece candidatos com bom desempenho acumulado e pode representar uma barreira extra para quem ainda não tem experiência no Enem. Por outro lado, reforça o aproveitamento das vagas, reduzindo o número de cadeiras ociosas – especialmente nas chamadas subsequentes do Sisu.Essa modificação também pode beneficiar as ações afirmativas. Com notas mais diversas sendo consideradas, o sistema poderá efetivar, com mais eficiência, cotas e outras políticas públicas de inclusão, desde que mantida a equidade nos critérios de seleção.

Redução da ansiedade, mas aumento da exigência

A possibilidade de reaproveitar notas pode ter um efeito positivo na saúde mental dos estudantes. Como lembra Raul Celestino de Toledo Soares Neto, coordenador do Poliedro Curso, o novo modelo diminui a exclusividade de um único desempenho como critério definidor.Essa característica ajuda a conter quadros de ansiedade e frustração entre candidatos que, por motivos variados, não alcançam bons resultados em determinadas edições. No entanto, a tranquilidade oferecida pode vir acompanhada de um novo tipo de estresse: a comparação constante entre notas de vários anos.Outro ponto de atenção é o aumento na complexidade de escolha para os candidatos. Será necessário ponderar qual nota utilizar – um cálculo que exige atenção às variações das notas de corte entre instituições e cursos.

Impacto real dependerá de comportamentos estratégicos

Apesar de a mudança parecer significativa, seu impacto final dependerá de como os candidatos adaptarão suas rotinas de estudo e estratégias de inscrição. Aqueles que acumulam boas notas terão uma vantagem natural, mas a existência do “banco de notas” também estimula maior preparação desde já para alunos do Ensino Médio.O sistema continuará valorizando o mérito e será ainda mais competitivo. Entretanto, ao ampliar a janela de oportunidades, também torna o processo menos punitivo para quem falhou em uma única edição.Assim, o Sisu 2026 inaugura uma nova fase da seleção universitária, intercalando maior competitividade, flexibilidade e eficiência na ocupação de vagas públicas – sem alterar a estrutura da prova, mas exigindo replanejamento por parte dos candidatos.

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