A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aprovou uma proposta inédita voltada à inclusão de pessoas trans. A partir do próximo processo seletivo via Sisu, 2% das vagas de cada curso serão reservadas para candidatos transgêneros, travestis e pessoas não-binárias.A medida visa ampliar a diversidade dentro do ensino superior público e corrigir desigualdades históricas enfrentadas por essa população. A política valerá já no próximo ingresso e contempla também cursos com poucos estudantes.
O que você vai ler neste artigo:
Como funcionará a reserva de vagas para pessoas trans
A política afirmativa aprovada pelo Conselho Universitário da UFRJ define, como critério obrigatório, a reserva de 2% das vagas de cada curso para pessoas transgênero, travestis e não-binárias. Entretanto, em cursos de menor oferta — com poucas vagas por turma —, deverá ser garantida ao menos uma vaga, mesmo que isso ultrapasse o percentual previsto.Essa regra visa assegurar efetividade à política, já que, caso contrário, cursos com menos de 50 vagas poderiam não disponibilizar oportunidades para o público-alvo da medida. A resolução, discutida no final de outubro, entrará em vigor nos próximos processos seletivos através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).Além disso, os candidatos contemplados por essa cota também poderão concorrer dentro de outros grupos de cotas, como renda e raça, desde que atendam aos respectivos critérios estabelecidos em lei.
Impacto da medida na inclusão social
A aprovação do sistema de cotas para pessoas trans é considerada um marco pela própria UFRJ, configurando-se como uma das primeiras universidades federais a conceder esse tipo de reserva de vagas de forma institucionalizada. Ao implementar essa política, a instituição busca reconhecer as dificuldades enfrentadas por essa população no acesso à educação superior.Diversos estudos apontam que pessoas trans têm menos acesso a oportunidades educacionais, o que se reflete em baixos índices de permanência e conclusão dos cursos de ensino médio e superior. A criação de cotas exclusivas tem o potencial de mitigar os efeitos dessa exclusão, promovendo um ambiente mais representativo e equitativo.A expectativa é de que outras instituições federais ampliem essas medidas nos próximos anos, tornando as universidades públicas brasileiras mais inclusivas e diversas.
Como se preparar para ingressar na UFRJ
Para os estudantes que desejam conquistar uma vaga na UFRJ, é essencial ter um bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), utilizado pelo Sisu como critério de seleção. A preparação exige planejamento contínuo, domínio das competências exigidas na prova e familiaridade com os estilos de questões das quatro áreas do conhecimento, além da redação.Outros fatores importantes incluem revisar conteúdos de forma estratégica, produzir textos semanais com correção e acompanhar os editais atualizados. Também é recomendável que candidatos fiquem atentos às mudanças previstas no Sisu, como a possível utilização da média das três últimas edições do Enem a partir de 2026, o que pode beneficiar candidatos que já realizaram provas anteriores.Ainda, para candidatos trans que desejam concorrer pelo sistema de cotas recém-aprovado, será importante apresentar documentação que comprove a autodeclaração de identidade de gênero conforme as normas futuras da universidade. A regulamentação detalhada sobre esses requisitos deverá ser divulgada antes de cada processo seletivo.
Cotas na UFRJ: panorama geral
A UFRJ já possui diferentes políticas afirmativas em vigor, como a reserva de vagas para estudantes de escolas públicas, negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência, seguindo a Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012). A adição de vagas para pessoas trans amplia ainda mais esse compromisso com a equidade social.Confira abaixo um resumo das principais cotas adotadas pela UFRJ através do Sisu:
| Categoria | Percentual ou Regras Aplicadas |
| Escola pública | 50% das vagas de cada curso |
| Pretos, pardos e indígenas (PPI) | Inclusos nos 50%, com critérios de renda |
| Pessoas com deficiência (PcD) | Inclusos nos 50%, conforme autodeclaração |
| Pessoas trans, travestis e não-binárias | 2% das vagas ou ao menos uma vaga |
Essas ações reafirmam o papel das universidades como vetores de transformação social, priorizando o acesso de grupos historicamente marginalizados ao ensino superior público e gratuito. Com esta decisão, a UFRJ passa a integrar um movimento nacional de valorização da diversidade e dos direitos humanos.
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