MEC divulga novos valores do Fies 2026

O Ministério da Educação (MEC) anunciou novos valores para o financiamento semestral do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), válidos a partir de 2026. Essa atualização impactará diretamente estudantes de todo o país que pretendem financiar seus cursos em instituições privadas.

Entre as principais mudanças estão o aumento considerável no limite de financiamento para cursos de Medicina e a definição de um teto específico para demais graduações. A medida visa ampliar o acesso ao ensino superior e equilibrar as despesas públicas com as reais demandas da formação acadêmica.

Novos valores do Fies para 2026

De acordo com a resolução publicada no Diário Oficial da União, os contratos firmados a partir de 2026 observarão os novos limites de financiamento estipulados pelo MEC. Para o curso de Medicina, o valor máximo por semestre será de até R$ 78.000,00. Já para os demais cursos de graduação, o teto será de R $ 42.983,70por semestre.

Além disso, foi fixado um valor mínimo de financiamento, válido para qualquer curso, de R$ 300,00. Essa quantia garante que estudantes de baixa renda, mesmo em cursos mais baratos, possam solicitar apoio por meio do programa.

Esses valores não cobrem integralmente os custos de cursos que ultrapassem os tetos definidos pelo governo. Nesses casos, a diferença entre o valor total da mensalidade e o valor financiado precisa ser paga diretamente pelo estudante à instituição de ensino.

Regras para participar do Fies

Para concorrer a uma vaga pelo Fies, é necessário cumprir alguns critérios estabelecidos pelo programa. As exigências têm como objetivo selecionar candidatos que comprovadamente precisem do auxílio financeiro para continuar os estudos.

Entre os principais requisitos estão:

• Participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010;
• Ter média aritmética das provas igual ou superior a 450 pontos;
• Não ter zerado a redação;
• Não ter feito o Enem como treineiro;
• Possuir renda familiar bruta mensal por pessoa de até três salários mínimos.

Essas medidas buscam manter o programa voltado às camadas da população que mais necessitam de apoio governamental para ingressar e permanecer no ensino superior.

Impacto nos estudantes de Medicina

O aumento do valor de financiamento para o curso de Medicina foi um dos pontos mais relevantes da nova resolução. Em muitos estados, a mensalidade desse curso passa facilmente dos R $ 10 mil, o que representa cerca de R$ 60 mil ou mais por semestre. Com o novo limite de R $ 78 mil, estudantes poderão cobrir integralmente os custos em grande parte das instituições privadas.

No entanto, vale destacar que, mesmo com o teto elevado, alguns cursos de Medicina em regiões metropolitanas ainda podem exceder esse valor. Sendo assim, candidatos a essas vagas devem planejar-se financeiramente para lidar com eventuais complementações de mensalidade.

Devolução do financiamento após a formatura

O Fies segue operando com a lógica de financiamento: ou seja, os valores utilizados durante a graduação serão devolvidos após a formatura, obedecendo o cronograma e as condições de pagamento definidas no contrato. O tempo para quitar a dívida varia conforme o valor utilizado e as condições financeiras do egresso.

Esse aspecto exige organização por parte do estudante ao ingressar no programa, avaliando o retorno financeiro de sua futura profissão e sua capacidade de arcar com essa restituição nos anos seguintes à conclusão do curso.

Considerações para os próximos anos

As mudanças nos valores do Fies refletem uma tentativa do governo de adaptar o programa à realidade dos cursos mais caros e à inflação acumulada nos últimos anos. Em especial no caso da Medicina, o diferencial de teto pode ampliar o acesso de alunos que antes não conseguiam financiar integralmente seus estudos.

A expectativa é de que os novos valores permitam maior sustentabilidade para o programa, ao mesmo tempo em que ampliam as oportunidades para estudantes de baixa renda. Os interessados devem acompanhar os editais futuros e se preparar desde já para o Enem, indispensável para participar do processo seletivo.