Início » Livros que podem cair no Enem 2025

Livros que podem cair no Enem 2025

Publicado em

Embora o Enem não adote uma lista oficial de leituras obrigatórias, alguns livros ganham protagonismo por suas temáticas sociais, políticas e culturais. Conhecer essas obras enriquece o repertório e aprimora argumentos na redação e em questões interdisciplinares.

Obras contemporâneas que abordam desigualdade, racismo, identidade, meio ambiente e movimentos sociais são, cada vez mais, referências relevantes para a prova. A seguir, confira sete livros que podem aparecer no Enem 2025 e merecem atenção.

Inscreva-se em nossa newsletter

Receba notícias sobre vestibulares, materiais de estudo gratuitos e informações relevantes do mundo da educação.

*Ao enviar os dados você concorda com a nossa Política de Privacidade e aceita receber informações adicionais.

“A Vida Não é Útil” – Ailton Krenak

Neste livro, Ailton Krenak questiona a lógica do progresso que desumaniza, destrói a natureza e exclui modos de vida alternativos ao capitalismo. A obra propõe um olhar indígena sobre o mundo, abrindo espaço para diferentes formas de existência e resistência fora do modelo ocidental dominante.

Publicada durante a pandemia, a coletânea de reflexões desafia a concepção de que as pessoas só têm valor se produzem, consumem e acumulam. Krenak estimula o leitor a imaginar um futuro em que a vida e a natureza sejam fins em si mesmas, não apenas recursos.

O livro é relevante não apenas pelas críticas ao capitalismo, mas pela proposta de ecologia profunda e pela valorização de saberes ancestrais. Tem potencial de ser utilizado para pensar temas como meio ambiente, sustentabilidade e novas formas de organização social.

“Ainda Estou Aqui” – Marcelo Rubens Paiva

Nesta autobiografia, Marcelo Rubens Paiva resgata duas memórias marcantes: a perda do pai, o deputado Rubens Paiva, assassinado durante a Ditadura Militar, e o próprio acidente que o deixou tetraplégico. O foco gira em torno de sua mãe, Eunice Paiva, que se tornou referência na luta pelos direitos humanos.

A narrativa combina questões pessoais e históricas, entrelaçando o drama familiar com os horrores do regime militar. O livro oferece um testemunho emocional sobre o impacto da repressão política nas famílias brasileiras e mostra como a memória e a resistência moldam as trajetórias individuais.

Pelo seu valor histórico-documental, pode enriquecer discussões sobre autoritarismo, memória política e direitos civis. Ao mesmo tempo, oferece referência emocional para temas como superação, resiliência e história recente do Brasil.

“Canção para Ninar Menino Grande” – Conceição Evaristo

Por meio da história de Fio Jasmim e das várias mulheres marcadas por sua presença, Conceição Evaristo examina questões como masculinidade tóxica, afetos e desigualdade racial. A narrativa alterna vozes femininas que, longe de se repetirem, revelam diferentes perspectivas de sofrimento, convivência e resistência.

A linguagem poética e o entrelaçamento de experiências individuais criam uma crítica sofisticada à forma como o patriarcado opera na vida cotidiana. A escrita de Evaristo destaca-se pela estética da “escrevivência”, em que os contornos ficcionais ganham densidade ao refletirem vivências reais.

Esta obra articula temas que frequentemente aparecem no Enem, como gênero, identidade, violência simbólica e estrutura social. Também ajuda a pensar sobre as múltiplas formas de silenciamento e subalternidade enfrentadas por mulheres negras.

“O Avesso da Pele” – Jeferson Tenório

A partir da perspectiva do jovem Pedro, o romance reconstrói a vida do pai, Henrique, morto em uma abordagem policial. Ambientado em Porto Alegre, o livro expõe o impacto estrutural do racismo e da violência policial sobre as trajetórias negras.

Pedro parte dos objetos deixados pelo pai para entender o próprio passado e encontrar identidade em meio ao luto e ao legado de injustiça. A obra navega pelos conflitos internos da família, as contradições da educação formal e os desafios da cidade brasileira.

Tenório trata de racismo sem cair em panfletarismos. O poder está na sensibilidade e na busca de humanidade em experiências marcadas pela dor. A pertinência da obra ao Enem se dá na abordagem de temas como democracia racial, segurança pública, desigualdade e construção de identidades.

“O Sol na Cabeça” – Geovani Martins

Composto por 13 contos, o livro retrata a vivência de jovens nas favelas do Rio de Janeiro. As histórias são repletas de oralidade, gírias e códigos das ruas, oferecendo autenticidade ao retrato de um cotidiano marginalizado. Logo no primeiro conto, “Rolézim”, a linguagem coloquial estabelece a atmosfera intensa dos dilemas urbanos.

A abordagem de Geovani Martins combina vivência com crítica social. Os contos revelam conflitos com a polícia, tensões raciais, descobertas da adolescência e o contraste entre o desejo e a realidade.

“O Sol na Cabeça” pode ser útil ao Enem ao refletir sobre desigualdade urbana, juventudes periféricas, direito à cidade e violência institucional. A linguagem acessível e a estrutura narrativa curta facilitam a leitura e tornam a obra uma boa opção de repertório sociocultural.

“Olhos d’Água” – Conceição Evaristo

A coletânea de 15 contos dá voz a personagens negras marginalizadas por fatores raciais, de classe e de gênero. Mães, idosas, crianças e trabalhadoras domésticas protagonizam narrativas que evidenciam diferentes formas de opressão. Ainda assim, Evaristo conduz cada história com lirismo e potência simbólica.

A escrita revela uma feminilidade marcada por exploração e silenciamento, mas também resistência. Em histórias como “Maria”, “Insubmissas lágrimas de mulheres” e “Natalina”, a denúncia social vem acompanhada de símbolos de afeto e sobrevivência.

A presença frequente de Conceição Evaristo na Unicamp e a força de sua escrita a colocam entre as favoritas para o Enem. As temáticas de gênero, raça e classe, fundamentais nos contos, também dialogam diretamente com questões atuais de justiça social.

“Torto Arado” – Itamar Vieira Junior

Ambientado na Chapada Diamantina, o romance acompanha a trajetória das irmãs Bibiana e Belonísia, filhas de trabalhadores rurais descendentes de escravizados. A história atravessa gerações marcadas por miséria, religiosidade popular e resistência ancestral.

A obra explora desigualdades estruturais a partir do campo, tratando de temas como posse da terra, violência contra trabalhadores e apagamento de saberes tradicionais. Entre espiritualidade e luta, a narrativa conquista por sua densidade social e simbólica.

Vencedor de prêmios importantes, como o Jabuti e o Prêmio Oceanos, “Torto Arado” oferece um mergulho na história dos esquecidos e silenciados do Brasil profundo. Sua relevância para o Enem está na articulação entre história, geografia, sociologia e literatura.


Essas obras não só ampliam a visão crítica do mundo como criam pontes entre diferentes áreas do conhecimento. Utilizá-las como referência no Enem pode ser decisivo para alcançar resultados melhores, especialmente na redação e nas questões interdisciplinares.

Ao continuar a usar nosso site, você concorda com a coleta, uso e divulgação de suas informações pessoais de acordo com nossa Política de Privacidade. Aceito