A Filosofia aparece regularmente nas provas do Enem, mesmo com número reduzido de questões por edição. Ainda assim, alguns temas se repetem com frequência e permitem que o estudante tenha uma noção eficiente de como se preparar.
A abordagem costuma apresentar textos de filósofos e dilemas concretos, sempre exigindo leitura crítica, reflexão ética e capacidade de interpretação sobre o papel do pensamento e da sociedade.
O que você vai ler neste artigo:
Filosofia política
Tema mais recorrente na prova, a filosofia política representa 11,17% das questões identificadas em análise da SAS Educação. A razão está na forte relação entre essa área da Filosofia e o próprio foco do Enem, que busca avaliar o cidadão em formação.
Esse tipo de questão costuma contextualizar noções de poder, liberdade, igualdade, justiça ou estrutura do Estado. São recorrentes pensadores clássicos, como:
- Platão, com ideias sobre justiça e a república ideal;
- Aristóteles, ao abordar a organização da pólis;
- Maquiavel, com “O Príncipe” e a autonomia da política em relação à moral;
- Thomas Hobbes, com a ideia do contrato social como origem do Estado;
- Locke, Rousseaue Karl Marx, que problematizam o poder e as formas de organização social.
As perguntas frequentemente relacionam esses autores com temas atuais, como democracia, autoritarismo, desigualdade e cidadania.
Moral e ética
Com 8,38% das aparições nas provas analisadas, a moral e a ética compõem o segundo assunto mais cobrado de Filosofia no Enem. Esse tema dá ênfase à formação do juízo ético e às ações humanas diante de normas e princípios.
As questões geralmente discutem comportamentos sociais, dilemas morais e responsabilidades individuais, inclusive envolvendo ciência e tecnologia.
Entre os filósofos recorrentes nesse conteúdo, destacam-se:
- Immanuel Kant, com a ética baseada na razão e no imperativo categórico;
- Hannah Arendt, ao problematizar a responsabilidade moral diante da banalidade do mal;
- Sócrates, ao valorizar o autoconhecimento e a virtude ética;
- Correntes como o utilitarismo e o hedonismo também costumam aparecer em situações de comparação.
Os enunciados buscam provocar reflexão crítica sobre o certo e o errado, baseando-se em situações concretas passíveis de debate, como ética na política, bioética ou conflitos sociais atuais.
Aristóteles
Com 5,59% das questões analisadas, Aristóteles é o filósofo individual mais presente nas provas. Ele aparece tanto em temas políticos quanto nos ético-morais.
No campo da ética, Aristóteles é cobrado principalmente pelas ideias de:
- Justo meio: a virtude como equilíbrio entre os extremos;
- Eudaimonia: felicidade como resultado de uma vida racional e virtuosa;
- Razão prática e vida comunitária como instrumentos de realização humana.
Na política, o estagirita costuma ser abordado quando o assunto é a organização da pólis e as formas justas de governo. Questões podem envolver comparações com pensadores modernos ou com a realidade brasileira contemporânea.
Origens da modernidade
As transformações ocorridas entre os séculos XVI e XVIII formam a base do pensamento moderno, e é exatamente esse o conteúdo geralmente visto com o tema “origens da modernidade”. Aparece em 4,47% das questões.
É comum que o Enem relacione esse assunto com o surgimento da ciência moderna, do individualismo e da valorização da razão como instrumento de conhecimento.
Entre os principais filósofos abordados nesse contexto estão:
- Francis Bacon, conhecido por estruturar o método indutivo e defender o conhecimento empírico;
- Hobbes, importante na fundação da política moderna e da centralização do poder no Estado;
- John Locke, com ênfase nos direitos naturais e na liberdade individual;
- Galileu Galilei, cujas experiências marcam a autonomia científica em relação à Igreja.
As perguntas geralmente abordam como esses pensadores ajudaram a romper com explicações religiosas e estabeleceram a base do racionalismo moderno.
René Descartes
René Descartes é um dos representantes mais emblemáticos do pensamento moderno, e representa 4,47% das questões analisadas. Costuma ser lembrado por ter inaugurado o racionalismo moderno a partir do método da dúvida metódica.
Suas ideias costumam ser cobradas com foco nos seguintes pontos:
- Cogito, ergo sum(“Penso, logo existo”) — ideia de que a razão é o fundamento certo do conhecimento;
- Dúvida metódica— princípio de negar tudo que pode ser duvidado até encontrar uma verdade indubitável;
- Método cartesiano, baseado no raciocínio dedutivo como forma segura de conhecer o mundo.
Quando aparece no Enem, Descartes geralmente é comparado a outros modelos filosóficos, como empirismo, ceticismo ou pós-modernidade.
Dominar esses cinco temas pode fazer grande diferença na hora de realizar a prova, já que a abordagem filosófica exige não apenas memorização, mas capacidade de ler textos densos, interpretar autores e articular ideias com diferentes contextos sociais.
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