A Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), conhecida por aplicar um dos exames mais concorridos do Brasil, o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), está dando um passo essencial para apoiar candidatos em um aspecto que vai além do desempenho acadêmico: a gestão das crises de ansiedade durante a prova. Motivada pelo aumento dos casos de ansiedade na 1ª fase da Fuvest 2025, a fundação anunciou que implementará um protocolo específico a partir da edição de 2026.
Essa nova abordagem inclui a realização de rodas de conversa sobre saúde mental e preparo emocional, organizadas em parceria com o Instituto de Psicologia da USP (IPUSP). Esses encontros, que serão disponibilizados virtualmente, visam oferecer suporte psicológico antes mesmo do dia do exame e abordar estratégias como técnicas de respiração e o gerenciamento da pressão familiar. A iniciativa reconhece a importância de preparar os estudantes não apenas do ponto de vista técnico, mas também sob a ótica emocional, garantindo um ambiente de prova mais controlado e acolhedor.
O que você vai ler neste artigo:
Crises de ansiedade durante a prova da Fuvest
No último exame, realizado em 17 de novembro de 2025, a taxa de crises de ansiedade entre os vestibulandos chamou atenção. Diversos estudantes relataram nas redes sociais dificuldades em manter a calma, o que acabou influenciando negativamente no desempenho. Em resposta, o diretor-executivo da Fuvest, Gustavo Ferraz de Campos, anunciou que a situação está sendo monitorada de perto e comunicou a necessidade de criar mecanismos mais eficazes de gerenciamento do estresse pré e durante as provas.
A adoção do protocolo foi uma medida essencial diante desse cenário crescente. Segundo o diretor, o vestibular da Fuvest é um exame com nível elevado de dificuldade, o que naturalmente gera mais tensão entre seus participantes. Essa característica, no entanto, precisa ser acompanhada por esforços da organização para mitigar problemas que afetam o bem-estar mental dos candidatos.
Como o protocolo será aplicado?
O novo protocolo voltado para crises de ansiedade será escalável e acessível a todos os inscritos no vestibular. Ao realizar a inscrição para a Fuvest 2026, os candidatos terão a opção de informar se desejam participar das rodas de conversa. Esses grupos serão conduzidos por alunos e professores da pós-graduação em Psicologia do IPUSP, e a organização enfatizou que, independentemente do número de participantes interessados, todos serão acolhidos sem limitações.
Entre os tópicos abordados nas rodas de conversa estarão:
- Formas de lidar com a ansiedade ao longo do ano de estudos para o vestibular;
- Técnicas de respiração e relaxamento que podem ser aplicadas nos momentos de maior tensão;
- Gerenciamento da pressão familiar e expectativas externas.
Os encontros online ocorrerão em grupos pequenos, proporcionando maior interação e trocas de experiências entre os participantes, além de permitir um contato mais direto com os orientadores.
A Fuvest e os desafios logísticos
Outro ponto interessante do exame de 2025 foi o índice de abstenção, que apesar dos desafios logísticos enfrentados, demonstrou um dos menores registros históricos para a primeira fase, com apenas 7,48% de ausência. No entanto, a organização enfrentou alguns problemas de última hora, como a realocação de candidatos para novos locais de prova, algo que gerou confusão para alguns vestibulandos.
Diante desse cenário, a Fuvest buscou adotar medidas rápidas para minimizar os transtornos, como disponibilizar uma van, enviada para transportar estudantes perdidos até os novos locais de prova. Esses imprevistos reforçam a necessidade de ajustes não só na execução da prova, mas também no apoio emocional desses candidatos em momentos de estresse. Além disso, situações inesperadas, como o estouro de uma janela devido à ventania em uma das salas da prova, evidenciam que quaisquer alterações na logística influenciam diretamente o ambiente de concentração dos candidatos.
O que esperar da Fuvest 2026
Com o novo protocolo, os candidatos que já estão se preparando para a Fuvest 2026 poderão contar com um suporte mais robusto e focado em seu bem-estar mental. Isso se alinha com as recentes mudanças no próprio formato da prova — como a redução do número de páginas em 2025, que foi elogiada por professores de cursinhos como uma excelente melhoria para aliviar a sobrecarga dos participantes.
Essa evolução reflete um reconhecimento necessário: para que os estudantes possam apresentar seu melhor desempenho, é preciso olhar para além dos livros e simulados. O preparo emocional e o cuidado com a saúde mental precisam andar lado a lado com o processo de preparação acadêmica, especialmente em exames desafiadores como o da Fuvest. Esse aprimoramento no suporte pode colaborar significativamente para uma experiência mais equilibrada para todos os futuros vestibulandos.
Considerações finais
Por fim, a Fuvest está atenta aos feedbacks tanto dos próprios candidatos quanto de especialistas da área educacional. Apesar da percepção de que o nível de dificuldade da prova foi elevado, o alinhamento com os temas do Ensino Médio e os ajustes estruturais têm sido reconhecidos como positivos. Isso deixa a expectativa de que, com o novo protocolo e o aprimoramento contínuo da logística e estrutura das provas, o ambiente de vestibular se torne mais acessível para aqueles que desejam alcançar uma vaga na USP.
Ademais, a organização tem se mostrado não apenas aberta à mudança, mas também proativa em se adaptar às novas demandas, o que certamente proporcionará uma experiência mais segura e controlada nas edições futuras.
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