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Gêmeas alcançam 960 na redação do Enem e entram em Direito

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Conquistar uma vaga em uma universidade pública por meio do Enem não é fácil. Agora, imagine compartilhar essa conquista com alguém que trilhou o mesmo caminho, usou referências semelhantes e chegou exatamente ao mesmo resultado.

Foi o caso das gêmeas cariocas Giovanna e Giulianna Langoni, de 17 anos, que atingiram a expressiva marca de 960 pontos na redação do Enem 2024 e garantiram matrícula no curso de Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF).

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Superação em dobro

Segundo dados do Inep, apenas 10% dos candidatos conseguiram ultrapassar 900 pontos na redação do Enem deste ano. O feito ganha ainda mais destaque quando se nota que Giovanna e Giulianna fizeram provas separadas, com estudos independentes, mas chegaram ao mesmo desempenho.

Elas estudaram em cursinhos e mantiveram uma rotina firme, com produção semanal de textos e revisão frequente. Próximo ao exame, aumentaram a frequência para uma redação por dia. O foco era claro, entender profundamente os erros para não repeti-los e construir uma argumentação sólida.

Estratégias de preparação

Durante o ano, o contato com professores e o uso de plataformas online ajudaram principalmente na organização dos conteúdos. Ambas já haviam feito o Enem como treineiras e decidiram levar a preparação a sério a partir do terceiro ano do ensino médio.

No momento da escrita, cada uma acabou optando por referências que refletem seu repertório individual, ainda que ambas tenham usado os pensadores Paulo Freire e Thomas Hobbes. Giovanna acrescentou o seriado “Ginny e Georgia” como exemplo cultural, enquanto Giulianna citou o clássico da sociologia brasileira “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freyre.

Construção da redação de excelência

A redação do Enem exigia argumentação sobre os “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. O aprofundamento das estudantes no tema se traduziu em textos bem estruturados, que passaram por questões sociais, históricas e educacionais.

Giulianna, por exemplo, trouxe a ideia do “mito da democracia racial” como argumento central, criticando a forma como a cultura negra foi reduzida ao passado escravocrata. Em sua conclusão, propôs a inserção sistemática do conteúdo afro-brasileiro nas escolas, um ponto contundente e alinhado à competência exigida da redação.

Mudanças no caminho e inspiração mútua

Curiosamente, nenhuma das duas planejava inicialmente cursar Direito. Giovanna cogitava Relações Internacionais, enquanto Giulianna pensava em Arquitetura e Urbanismo, inspirada em programas de reformas. A mudança veio no final do ensino médio, com o documentário “Juízo”, que retrata o cotidiano de uma juíza no Rio de Janeiro, um material que as ajudou a repensar seus projetos profissionais.

A influência entre as irmãs foi constante, embora mantivessem autonomia em seus cronogramas, dividiam ideias, referências e chegaram a montar fichamentos sobre temas urgentes, sempre discutindo abordagens possíveis para o exame sem compartilhar textos completos.

O que a conquista representa

Além de um marco pessoal para as gêmeas, o feito destaca a importância da educação acessível e estratégica. Ambas confiaram no poder do hábito e no apoio mútuo como ferramentas determinantes para seus bons resultados. Em tempos de concorrência intensa no Enem, casos como o delas mostram que excelência tem múltiplos caminhos e que parcerias, mesmo não intencionais, podem ser combustíveis para resultados fora da curva.

Tirar 960 pontos na redação não é apenas vencer uma etapa acadêmica. É mostrar domínio sobre a estrutura textual, sensibilidade para temas sociais e, mais ainda, saber sintetizar o conhecimento acumulado ao longo dos anos.

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