O desempenho das escolas públicas no Enem 2024 continuou revelando uma distância preocupante em relação às escolas particulares, com uma presença mínima entre as primeiras colocações. Apenas três instituições públicas conseguiram integrar a lista das 50 melhores do país.
Apesar da desigualdade no cenário educacional, os resultados dessas três escolas demonstram que o investimento em qualidade de ensino, infraestrutura e seleção criteriosa pode trazer resultados expressivos no Exame Nacional do Ensino Médio.
O que você vai ler neste artigo:
Escolas públicas entre as 50 com melhores médias no Enem
Entre as escolas públicas que conseguiram se destacar no Enem 2024, todas são federais e mantêm relações diretas com instituições de ensino superiores ou órgãos militares, o que contribui para seus desempenhos acima da média nacional. Veja a seguir quais são:
- Colégio de Aplicação da UFV – COLUNI (Viçosa, MG): 31º lugar, média de 730,47 pontos.
- Colégio Politécnico da UFSM (Santa Maria, RS): 32º lugar, média de 730,02 pontos.
- Colégio Naval (Angra dos Reis, RJ): 47º lugar, média de 721,57 pontos.
Essas escolas se destacaram entre milhares de instituições por apresentarem desempenho acadêmico elevado em todas as áreas avaliadas pelo Enem.
O papel das universidades federais no desempenho
O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (COLUNI) foi a escola pública com melhor posição no ranking nacional do Enem 2024. Com média geral de 730,47 pontos, a instituição superou diversas escolas particulares renomadas. O COLUNI atrai estudantes de diversas regiões, como o caso da estudante Samille Malta, de Virginópolis (MG), que se mudou para Viçosa após ser aprovada na instituição. Ela foi a única aluna da rede pública a alcançar nota mil na redação nesta edição.
Já o Colégio Politécnico da UFSM, vinculado à Universidade Federal de Santa Maria, também obteve excelente média. Além do ensino médio, o colégio oferece cursos técnicos em áreas como informática e enfermagem, o que reforça sua proposta educacional voltada à formação ampla e integrada.
Essas conexões com universidades federais garantem às escolas acesso a projetos de pesquisa, professores com formação qualificada e estrutura física superior à média da rede pública comum, impactando diretamente nos resultados obtidos no Enem.
Colégio Naval: ensino disciplinar e foco em carreiras militares
O Colégio Naval, localizado em Angra dos Reis (RJ), aparece como a terceira escola pública na lista das 50 mais bem colocadas. Com 721,57 pontos de média, a instituição é mantida pela Marinha do Brasil e atua na formação de jovens para a carreira militar. Além de um plano pedagógico rigoroso, há uma ênfase na disciplina, metodologia tradicional de ensino e incentivo à excelência acadêmica.
A instituição realiza processo seletivo próprio para admitir estudantes no ensino médio, o que também indica um perfil mais competitivo entre os seus alunos. O regime de internato, o tempo integral e o suporte estrutural da Marinha contribuem para que o colégio mantenha padrões elevados, tanto nos conteúdos quanto nos desempenhos em avaliações nacionais.
Provas de acesso e desempenho seletivo
Todas as três escolas públicas citadas têm em comum o critério de seleção de alunos por meio de provas. O ingresso nessas instituições exige alto desempenho desde os anos iniciais, o que eleva o nível das turmas e impulsiona sua média no Enem.
Além disso, atividades extracurriculares, acompanhamento pedagógico qualificado e infraestrutura acima da média ajudam a consolidar uma trajetória de bons resultados. Esses colégios, apesar de públicos, se distanciam da realidade da maior parte da rede pública tradicional justamente por reunirem condições mais próximas àquelas encontradas em instituições de ensino da rede privada de excelência.
O abismo entre o ensino público e privado
Embora o desempenho das três escolas públicas citadas seja motivo de reconhecimento, o cenário geral ainda é desigual. Das 50 primeiras colocadas no ranking do Enem 2024, 47 são privadas, o que expõe os desafios enfrentados pela educação pública no Brasil.
Apenas uma escola estadual figura entre as 100 melhores, ocupando a 57ª posição. Esse dado reforça a urgência de políticas públicas mais abrangentes, que busquem equilibrar o investimento e a formação em todas as escolas, e não apenas em instituições federais ou militares.
O acesso limitado a escolas públicas de excelência mostra que talento e potencial muitas vezes ficam à margem por falta de oportunidades adequadas. Enquanto isso, os modelos adotados em escolas como COLUNI, Politécnico e Colégio Naval podem servir como inspiração para reformulações mais amplas na rede pública nacional.
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